A Associação Paulista de Medicina nasceu em 1930, ainda quando a cidade possuía um milhão de habitantes e a classe médica cerca de mil profissionais. Fomos a segunda entidade médica representativa do estado – oficial, já que o Sindicato dos Médicos de São Paulo, apesar de fundado em 1929, só teve reconhecimento em 29 de maio de 1941. A primeira já completava 34 anos: a Sociedade de Medicina e Cirurgia de São Paulo, que mais tarde se transformou na Academia de Medicina de São Paulo.
O médico Alberto Nupieri vislumbrava uma entidade acessível a todos os médicos que quisessem fazer parte dela, sem restrição de número de sócios ou de escola de origem. O mais importante seria o requisito moral. E foi então que no dia 5 de setembro de 1930, ele enviou uma carta à diretoria da Faculdade de Medicina de São Paulo, a única escola médica do estado até então, propondo a criação de uma nova sociedade de Medicina.
O grupo liderado por Nupieri – formado por Barbosa Corrêa, Potiguar Medeiros, Felipe Figlioni, Oscar Monteiro de Barros e Cesário Matias – dedicou-se a uma verdadeira busca de adesões. No início, enfrentaram resistência e desconfiança quanto às verdadeiras intenções e sinceridade de objetivos, mas com o apoio de Rubião Meira, nome de prestígio no meio, o grupo conseguiu mais de 200 adesões em dois meses de trabalho. E, em 29 de novembro daquele ano, ao reunir 100 profissionais em uma Assembleia, os médicos de São Paulo fundaram a nova sociedade: a Associação Paulista de Medicina. O nome, sugerido por Ferraz Alvim, recebeu 39 votos.
Já nessa primeira Assembleia, ficou claro que uma das missões da entidade seria lutar pela defesa do exercício profissional. Na ata, entre os objetivos da entidade, foram estabelecidas ações para defesa dos interesses da classe médica. O primeiro presidente eleito, e que deveria seguir essa premissa, foi Rubião Meira, e o primeiro secretário, Alberto Nupieri.
Logo no início, em 1932, a APM já contava com 650 sócios, o que na época representava um número expressivo de médicos no cenário da Medicina em São Paulo. Mas, foi a partir de 1948 que a entidade passou a representar todos os médicos do estado, e as sociedades estabelecidas em cidades do interior tornaram-se suas filiadas, fundando então as Regionais da APM, em locais onde não havia entidade que representasse os médicos da região.
Além da representação e da defesa profissional da classe, a Associação foi agregando uma série de serviços e benefícios aos médicos paulistas. Até os dias atuais, segue sendo uma das maiores e mais tradicionais instituições do País.