Febre maculosa mata 3/4 dos infectados; caso em SP é investigado

O Estado de São Paulo registrou 62 casos de febre maculosa no ano passado e, desses, 47 resultaram em morte. O índice de letalidade, de 75%, mostra o quanto a doença, que tem no carrapato-estrela seu principal transmissor, é perigosa e fatal

O que diz a mídia

O Estado de São Paulo registrou 62 casos de febre maculosa no ano passado e, desses, 47 resultaram em morte. O índice de letalidade, de 75%, mostra o quanto a doença, que tem no carrapato-estrela seu principal transmissor, é perigosa e fatal. De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado, até março deste ano foram notificados dois casos e os dois resultaram em óbitos – letalidade de 100%. De acordo com especialistas, a infecção simultânea não é rara.
O número deste ano não inclui os óbitos do piloto Marcelo Costa, de 42 anos, e da dentista Mariana Giordano, de 36, que morreram no dia 5, com sintomas da doença. A confirmação da causa ainda depende do resultado de exames que estão sendo feitos pelo Instituto Adolfo Lutz. O instituto recebeu nesta segunda-feira amostras recolhidas do corpo de Mariana, mas não tinha recebido até o fim da tarde o material recolhido de Douglas.
Os exames vão pesquisar também se os pacientes contraíram dengue, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, ou leptospirose, que é adquirida no contato com a urina de ratos. “Assim que o processo for concluído, os resultados serão enviados ao Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) do Estado.” CONCENTRAÇÃO. No Brasil, os casos de febre maculosa estão concentrados no Sudeste. De 1.216 registros de 2018 até março deste ano, 759 foram nos quatro Estados da região, liderada por São Paulo, com 386.
Já os óbitos somaram 380 no País, sendo 342 no Sudeste e, desses, 219 em municípios paulistas, segundo dados do Ministério da Saúde. De acordo com o professor Matias Szabó, da Universidade Federal de Uberlândia (MG), especialista em carrapatos, o epicentro no País é a região de Campinas.
Nessa região do interior, foram registradas duas mortes por febre maculosa este ano, segundo o município. As vítimas, de 47 e 62 anos, residiam na região do distrito de Sousas.
No ano passado, houve sete óbitos na cidade. Americana, na mesma região, entrou em emergência, em 2018, após registrar 11 mortes por febre maculosa. Reservas e parques onde viviam capivaras chegaram a ser interditados.
Em Jundiaí, onde foi registrado o óbito do piloto Marcelo Costa, não houve registro de casos este ano. O Departamento de Meio Ambiente monitora as colônias de capivaras e orienta a população a ficar atenta no uso de áreas onde podem existir carrapatos.
Szabó disse que a infecção simultânea pela febre maculosa, como pode ter acontecido com o casal, não é caso raro. “A bactéria que causa a febre também é lesiva para o carrapato. É comum que muitos carrapatos suguem a mesma capivara e passem a transmitir em conjunto, como pequenas explosões de infecção. Se várias pessoas vão a esse lugar infestado, é provável que mais de uma seja contaminada.
Temos casos de famílias inteiras que pegaram a doença.” Ele ressalva que o caso paulista ainda depende de confirmação, embora seja uma suspeita plausível.
“A doença é tratável com antibióticos específicos.”

Fonte: O Estado de S.Paulo