Depois que Shari Berkowitz se machucou durante uma apresentação de dança no palco, os médicos disseram à atriz que um movimento errado poderia deixá-la paralisada por toda a vida. Ela teve três mias de disco no pescoço e uma na coluna vertebral. Meses de fisioterapia a tiraram da zona de perigo, e então ela descobriu o pilates.
Embora excelentes médicos e fisioterapeutas a tenham ajudado na cura inicial. o pilates lhe deu a força e a confiança de que poderia se mover novamente. O treino levou à sua recuperação completa e a inspirou a se tornar uma instrutora de pilates e proprietária de um estúdio.
Ela não é a única fã. Muitos estúdios divulgam uma citação atribuída ao seu fundador, o alemão Joseph Pilates, que declarou: “Em 10 sessões, você se sente melhor, 20 sessões você fica melhor, 30 sessões você tem um corpo completamente novo”.
Embora nenhum treino possa nos oferecer um novo corpo, os adeptos dizem que o treinamento de resistência com baixo peso pode ajudar nossos corpos atuais de maneiras importantes, fortalecendo os músculos centrais ao redor da coluna.
O pilates ganhou popularidade na década de 1990. quando celebridades como Madonna e Uma Thurman divulgaram seus benefícios, e entusiastas da aeróbica buscaram uma opção de menor impacto. Mas há alguns anos ele parecia estar em declínio.
—Contudo, graças em parte à pandemia, as prioridades de muitas pessoas mudaram de exercícios intensos de queima de calorias para atividades que também promovem uma conexão mente-corpo — explica Cedric Bryant, presidente do Conselho Americano de Exercida Então, vale a pena tentar incorporar o pilates à sua rotina? E qual modalidade combina com você? Aqui está o que você precisa saber.
O que é pilates? Um treino de pilates geralmente envolve muitos exercícios de força e flexibilidade encontrados em outras formas de treinamento de resistência.
—Não há nada de misterioso no pilates — ressalta Alycea Ungaro, autora de vários guias sobre o método.
Mas existem alguns elementos que tornam o pilates único. Primeiro, o método incentiva os participantes a se concentrarem na respiração e cultivarem uma conexão mente-corpo, prestando atenção especial em como todo movimento se origina do core (constituído por músculos do abdômen, da lombar, da pelve e do quadril). Os exercícios são repetidos em séries que trabalham estrategicamente os músculos sem esgotá-los.
Muitos exercícios de pilates também incorporam equipamentos especiais, incluindo máquinas de resistência baseadas em molas projetadas para apoiar a coluna e atingir grupos musculares específicos.
Há pesquisas científicas que apontam vários benefícios de saúde impressionantes no pilates. Estudos sugerem que pode ajudar a melhorar a resisténcia e flexibilidade muscular, reduzir a dor crônica e diminuir a ansiedade e a depressão.
Quem pode se beneficiar? A resposta curta é: todo mundo. Sério. O pilates pode ser adaptado a um espectro de objetivos de condicionamento físico, idades e habilidades —dançarinos profissionais, atletas, grávidas, octogenários…
— Qualquer corpo pode fazer isso. Você não precisa ter 25 anos e ser artista do Cirque du Soleil. Você pode ter 85 anos e começar a fazer pilates — esclarece Carrie Samper, diretora de educação de Pilates da Equinox.
Embora a atividade traga recompensas por si só, algumas pessoas a abordam como um complemento. Médicos e fisioterapeutas geralmente recomendam o pilates como um caminho para a reabilitação.
— Pode servir como uma ponte de volta para uma atividade mais normal. Sabemos que quando eles são inadequados, você aumenta o risco e uma variedade de lesões musculoesqueléticas e articulares —Bryant pontua.
Também pode ajudar a reduzir os riscos de alguém se machucar, de acordo com ele. devido à sua capacidade de melhorar a estabilidade do core, equilíbrio, flexibilidade e postura. Pode, ainda, beneficiar mulheres grávidas ou no pós-parto, fortalecendo com segurança o core e condicionando a pélvis. Quais as limitações? O pilates tradicional não é um treino cardiovascular.
— Quanto mais avançada uma pessoa é, mais parecida com um cardio a atividade é. Mas você nunca chegará ao ponto de real mente desafiar seu sistema cardiovascular—afirma Berkowitz, que agora treina instrutores.
Também não é equivalente a levantar pesos pesados.
— Existem limitações quanto à força que ele constrói. Não é a mesma coisa que musculação —explica Samper.
Também não é o melhor treino para conversar com uni amigo ou assistir à TV porque demanda presença.
Com que frequência? Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, nos EUA) aconselham os adultos a dedicar 150 minutos à atividade aeróbica de intensidade moderada e dois dias ao treinamento de força semanalmente. Pilates entraria no segundo grupo. Mas enquanto você verá os benefícios de fazer pilates uma ou duas vezes por semana, os especialistas em exercícios concordam que o ideal é três vezes. Mas não há problemas em praticar 5 vezes ou mais.
Qual o melhor tipo? Nem todos os treinos que se chamam “pilates” são iguais. Instrutores experientes geralmente recomendam começar com sessões de treinamento individuais ou em pequenos grupos, para que você possa aprender o básico. O ideal é estar no estúdio onde há o aparato e um instrutor para guiá-lo.
Mas para muitas pessoas, isso não é viável. As aulas virtuais podem ser uma fração do preço das sessões de treinamento individuais.
— Se você é uma pessoa saudável e não tem nenhum problema musculo esquelético, você só quer um bom treino, pode participar de uma aula de pilates na academia — sugere Carrie Lamb, instrutora e fisioterapeuta.
Mas se você está se recuperando de uma lesão ou lidando com uma dor crônica, pode se beneficiar de um ambiente mais íntimo. Para as pessoas que procuram um treino que as ajude a atingir os objetivos de cardio e construção muscular, considere verificar as ofertas de pilates híbrido mais recentes que aceleram os movimentos clássicos e prometem fazer seu coração bater mais forte.
Para se beneficiar ao máximo, procure um instrutor treinado e qualificado. À medida que o pilates se tornou popular, mais pessoas com muito pouco treinamento se anunciam como instrutores.
Fonte: O Globo
