O Covid-Longo se tornou uma consequência potencial bem conhecida da infecção por Covid-19, com sintomas que podem durar semanas, meses ou até anos. Agora parece que a “gripe longa” também é possível, com alguns pacientes desenvolvendo problemas de saúde duradouros após uma infecção grave, concluiu um novo estudo realizado na Universidade de Washington, nos Estados Unidos.
O estudo envolveu a análise de mais de 92.000 pacientes hospitalares. Um ano e meio após a infecção, os pacientes hospitalizados por Covid-19 ou por gripe sazonal enfrentaram um risco aumentado de morte, sendo hospitalizados novamente ou sofrendo de um problema de saúde envolvendo um dos seus sistemas orgânicos.
No geral, os pacientes que tiveram Covid-19 enfrentaram um risco 50% maior de morte do que os pacientes com gripe no ano e meio após a infecção inicial, o que corresponde a cerca de mais oito mortes por 100 pacientes. Os pacientes com Covid-19 também tiveram um risco maior de voltar ao hospital do que aqueles com gripe.
Para cada 100 pessoas em cada grupo, houve mais 20 internações hospitalares e nove internações em UTI a mais por Covid-19 do que por gripe. Além disso, o Covid-19 representou um risco para mais sistemas orgânicos. Aumentou o risco de mais de dois terços (64 de 94) dos problemas de saúde examinados. Em comparação, a gripe representava um risco elevado para apenas seis dos 94 potenciais problemas de saúde, principalmente no sistema respiratório.
A única exceção notável é que a gripe apresenta riscos maiores para o sistema pulmonar do que o Covid-19. Em comparação, a Covid-19 é mais agressiva e indiscriminada porque pode atacar o sistema pulmonar, mas também pode atingir qualquer sistema orgânico e tem maior probabilidade de causar condições fatais ou graves envolvendo o coração, o cérebro, os rins e outros órgãos.
Em ambas as doenças, mais de metade das mortes e incapacidades ocorreram nos meses seguintes à infecção, em oposição aos primeiros 30 dias.
Segundo os pesquisadores, essas descobertas destacam a necessidade de vacinação contra a Covid-19 e a gripe. Para eles, a otimização da vacinação deve continuar a ser uma prioridade para os governos e sistemas de saúde em todo o mundo, especialmente para as populações vulneráveis, como idosos e pessoas imunocomprometidas.
Fonte: The Lancet Infectious Diseases. DOI: 10.1016/S1473-3099(23)00684-9 | Terra
