Brasil: Panorama do vírus Zika entre 2015 e 2023

A Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde divulgou, recentemente, boletim epidemiológico que mostra a situação da Síndrome Congênita associada à infecção pelo vírus Zika (SCZ) no Brasil, entre 2015 e 2023

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A Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde divulgou, recentemente, boletim epidemiológico que mostra a situação da Síndrome Congênita associada à infecção pelo vírus Zika (SCZ) no Brasil, entre 2015 e 2023.

Neste período, foram notificados 22.251 casos suspeitos, dos quais 3.742 (16,8%) foram confirmados para alguma infecção congênita. Do total de confirmados, 1.828 (48,9%) foram classificados como casos de SCZ – sendo que 1.380 (75,5%) ocorreram na Região Nordeste. Dos casos confirmados para SCZ, 261 (14,3%) foram a óbito.

Ainda neste mesmo período, 2.877 (12,9%) casos permanecem em investigação, com a seguinte distribuição anual: 95 (2%) do total de notificações de 2015, 401 (5%) de 2016, 249 (9%) de 2017, 234 (14%) de 2018, 360 (24%) de 2019, 282 (27%) de 2020, 254 (31%) de 2021, 318 (42%) de 2022 e 684 (66%) de 2023.

Os estados com mais números de casos são Tocantins (530), São Paulo (344), Espírito Santo (237), Rio Grande do Norte (229) e Rio de Janeiro (220).

Zika

O vírus Zika (ZIKV) é um arbovírus da família Flaviviridae, que pode ser transmitido para as pessoas por meio da picada da fêmea de mosquitos do gênero Aedes, especialmente da espécie Aedes aegypti. As infecções pelo ZIKV podem ser assintomáticas ou sintomáticas – apresentando quadro clínico variável, desde manifestações brandas e autolimitadas até complicações neurológicas e malformações congênitas.

O período de incubação da doença varia de 2 a 7 dias. Febre baixa (≤38,5 ºC), exantema, conjuntivite não purulenta e cefaleia estão entre os sintomas da doença. O diagnóstico é confirmado por meio de exames laboratoriais de sorologia e biologia molecular, disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS).

Os recém-nascidos com suspeita de comprometimento neurológico necessitam de exames de imagem, como ultrassom, tomografias ou ressonância magnética. Em caso de confirmação do Zika, a notificação deve ser feita ao Ministério da Saúde em até 24 horas.

Em 2015, em decorrência do aumento de nascimentos com microcefalia e sua associação com a infecção pelo vírus Zika, foi declarado no Brasil o estado de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN). Posteriormente, em fevereiro de 2016, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII).

Embora o período de emergência tenha sido encerrado oficialmente em 30 de julho de 2017, novos casos de SCZ e óbitos associados à doença têm sido registrados em número reduzido no País. Desta forma, é essencial a garantia da continuidade do cuidado ao paciente, buscando a prevenção e a identificação de complicações relacionadas à infecção pelo ZIKV no pré-natal, no parto, na puericultura e no desenvolvimento e crescimento da criança.