III Congresso Paulista de Dor ocorre de 28 a 30 de setembro

Médicos, residentes, acadêmicos e outros profissionais da Saúde participarão, em busca de atualizações no diagnóstico e no tratamento da Dor nas mais diversas especialidades

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“Um evento diferente de tudo o que já foi visto”. Assim a sua presidente, Telma Zakka, define o III Congresso Paulista de Dor. De 28 a 30 de setembro, das 8h às 18h, a sede da Associação Paulista de Medicina (APM) receberá cerca de 300 médicos, residentes, acadêmicos e outros profissionais da Saúde em busca de atualizações no diagnóstico e no tratamento da Dor nas mais diversas especialidades. Esta edição marca o retorno do encontro ao formato presencial, após o isolamento imposto pela pandemia de Covid-19.

A multidisciplinaridade é uma das características dos simpósios satélite, palestras e oficinas que compõem a farta programação científica. Vindos de áreas como Neurologia, Psiquiatria, Geriatria, Endocrinologia, Reumatologia, Ortopedia, Medicina Aeroespacial, Medicina do Esporte e outras, profissionais do mais alto gabarito conduzirão um total de 24 horas de aulas intensas, divididas em cinco módulos diários. No site do evento, é possível conferir a programação completa.

“Quando a dor aguda não é bem tratada, torna-se crônica – e a dor crônica tem múltiplos aspectos, pode demandar a atenção de mais de uma especialidade”, pontua a presidente do Congresso, que também é doutora em Ciências pelo Departamento de Neurologia da Universidade de São Paulo (USP) e colaboradora do Centro Interdisciplinar de Dor da Clínica Neurológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP).

Uma das atividades de destaque será o módulo de introdução aos conceitos básicos de Dor, especialmente pensando para estudantes de Medicina e residentes, na sexta-feira, entre 8h e 18h.

Enxergar, escutar

“Queremos propor aos médicos um olhar mais empático sobre a dor”, explica Telma Zakka. “Sempre digo que a avaliação do paciente começa na sala de espera, vendo como ele se comporta, como se relaciona com os outros, como se senta, qual expressão traz no rosto; se nos agarramos só ao relato, ficamos aquém do esperado. Aliás, há um estudo que mostra que o profissional, no atendimento, interrompe o doente em questão de aproximadamente 20 segundos. Como podemos fazer uma boa anamnese e direcionar o indivíduo de maneira correta se não o deixamos falar?”

Para Hélio Papler, integrante da Comissão Organizadora, o ensino médico tem se voltado cada vez mais para os fundamentos moleculares das doenças, isto é, para uma parte mínima das pessoas. “Com isso, perdemos a capacidade de enxergar o todo, e enxergar é mais do que ver. O mesmo em relação à escuta: escutar é mais do que ouvir, é ter atenção e ser capaz de perceber o doente. A tecnologia mal empregada tem afastado profissionais e pacientes, tudo passa a ser muito protocolar. Mais do que nunca, empatia e objetividade devem ser equilibradas.”

A propósito, oficinas intituladas “A dor de ouvir a dor” acontecerão duas vezes por dia e envolverão literatura, com Andréa del Fuego; CRM, com Pedro Paulo Marino Rodrigues Ayres; aquarela, com Fabiana Carelli; arte em geral, com Wagner Kuroiwa; contação de histórias, com Fabiana Prando; luto no consultório, com Lucélia E. Paiva; e ludicidade, com Wellington Nogueira. São atividades pensadas para todos aqueles que se dedicam ao cuidado não apenas como profissionais da Saúde – mas como pessoas zelando por outras pessoas.

Entre os destaques está a oficina de escrita ministrada pela autora Andréa del Fuego, na quinta-feira. A paulistana já recebeu o prêmio José Saramago e foi finalista do Jabuti. “Seu romance mais recente aborda a relação entre uma pediatra e o mundo que a cerca. Assim, foi natural que convidássemos Andréa para conduzir a oficina. A escrita, a criação de personagens e a construção de enredos nos permitem desenvolver o olhar para o outro, que é a base da relação médico-paciente”, comenta Hélio Papler.

Há 20 vagas disponíveis para cada oficina, e os interessados podem se inscrever ainda que não participem do Congresso. A lista está disponível neste link.

Jovem, mas sólido

O evento tem origem em simpósios organizados pelo Comitê Científico de Dor da APM. De simpósios, passaram para jornadas que, em vez de tomarem somente uma manhã, aconteciam em um sábado inteiro.

“É gigantesco o interesse pela Dor. Além da luta emocional que é travada por quem sofre, hoje sabemos o quanto ela custa para os pacientes e para os cofres públicos. Pensando nisso, a Associação sugeriu que realizássemos um congresso. Foi um começo tímido, mas no primeiro ano já tivemos centenas de inscritos. Um sucesso, bem como o que ocorreu durante a pandemia, on-line. Agora, estamos felizes por retornar fora das telas. Não nos preocupamos com números, afinal, nosso objetivo é construir um ambiente onde os congressistas se sintam acolhidos, à vontade, próximos dos palestrantes. Gostamos do espaço da APM, é aconchegante”, pondera a presidente.

Inscrições

As inscrições podem ser feitas até o início do evento. Vale frisar que haverá desconto para sociedades apoiadoras – Academia Brasileira de Neurologia (ABN), Associação Paulista de Neurologia (APAN) e Sociedade Brasileira de Estudo da Dor (SBED).

Acesse os valores para cada categoria e mais informações neste link.

III Congresso Paulista de Dor
Quando: 28, 29 e 30 de setembro, das 8h às 18h
Onde:  Associação Paulista de Medicina (APM)
Acesso 1: Avenida Brigadeiro Luís Antônio, 278 – Bela Vista, São Paulo/SP
Acesso 2: Rua Francisca Miquelina, 67 – Bela Vista, São Paulo/SP (Estacionamento Mobiciti – consultar valor no local)