MS divulga análise descritiva sobre doença de Chagas crônica no Brasil

De acordo com a pasta, este continua sendo um grave problema de saúde pública

Últimas notícias

Nesta terça-feira, 16 de abril, o Ministério da Saúde publicou uma nova edição do Boletim Epidemiológico. O informativo traz uma análise descritiva em relação ao mapeamento da implementação da notificação da doença de Chagas crônica no Brasil. A pesquisa foi iniciada em 6 de janeiro de 2023 e concluída um ano depois, em 2024.

De acordo com a pasta, a doença de Chagas (DC), também conhecida como tripanossomíase americana, integra o grupo de doenças tropicais negligenciadas (DTN) da Organização Mundial da Saúde (OMS) e continua sendo um grave problema de saúde pública. Esta é uma doença infecciosa causada por um parasita (Trypanosoma cruzi) e transmitida principalmente pelo inseto “barbeiro”.

Os dados do documento apontam que cerca de 7 milhões de pessoas possam estar infectadas no mundo. A América Latina se destaca entre os continentes com maior índice de incidência anual, com 30 mil casos novos, aproximadamente 14 mil mortes por ano e, em média, 70 milhões de pessoas vivendo em áreas de exposição e correndo o risco de contrair a infecção.

Panorama nacional

No levantamento, foram registrados 5.460 casos de doença de Chagas crônica, distribuídos em 710 municípios de residência, sendo que a maioria das notificações foi de pessoas que residem em zona urbana – correspondendo a 63% dos infectados. Os indivíduos com residência em municípios de médio e grande porte equivalem a 39%.

Em relação à faixa etária, pessoas entre 50 e 69 anos (51%) foram as mais acometidas. Este perfil, segundo o Ministério, pode mostrar que o controle da transmissão vetorial intradomiciliar determina a queda na prevalência da infecção nas populações de crianças (0,1%) e jovens (0,3%).

Conforme o mapeamento, 50% das pessoas infectadas são pardas, 23,4% brancas, 13,7% pretas, 7,5% amarelas, 0,8% indígenas e 4,6% não responderam a este questionamento. Pessoas com escolaridade ignorada (35%), seguidas de ensino fundamental incompleto (28,3%), foram as mais acometidas.

Referente ao sexo biológico, as mulheres representaram 57,5% dos casos, enquanto os homens ficaram com o percentual de 42,5%. Quando analisado exclusivamente o grupo de mulheres na idade fértil, a faixa etária de 40 a 49 anos foi a que concentrou o maior número de notificações (73,4%).

Relacionado à proporção de notificações de doença de Chagas crônica com realização de busca ativa de familiares por suspeita de caso, é apresentado um alto percentual de casos confirmados entre os examinados durante a busca (em média, 30%), o que mostra a relevância da ação em buscar orientação.

O Boletim destaca também a importância da abordagem da vigilância da doença, considerando o escopo ampliado da Vigilância em Saúde, na busca pela integralidade por meio de ações de promoção da Saúde.