85 por cento das UBSs paulistas oferecem testagem rápida de sífilis

No estado de São Paulo, 85,1% das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) possuem disponibilidade de testagem rápida de sífilis. A taxa é uma das mais altas do País, posicionando a unidade federativa (UF) somente atrás de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul (93,9%, 91,1% e 88,5% respectivamente). Do outro lado da moeda, têm os índices mais baixos Piauí (43,2%) e Minas Gerais (27%).

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No estado de São Paulo, 85,1% das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) possuem disponibilidade de testagem rápida de sífilis. A taxa é uma das mais altas do País, posicionando a unidade federativa (UF) somente atrás de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul (93,9%, 91,1% e 88,5% respectivamente). Do outro lado da moeda, têm os índices mais baixos Piauí (43,2%) e Minas Gerais (27%).

Os números foram colhidos pelo Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI) e publicados em boletim epidemiológico do Ministério da Saúde. O monitoramento faz parte das ações de apoio ministerial aos entes estaduais e municipais para o enfrentamento e vigilância das infecções sexualmente transmissíveis, sobretudo a sífilis, na atenção primária à saúde.

Em nível nacional, a avaliação do DCCI indicou que 18 estados disponibilizam testes rápidos em 71,6% a 93,9% de suas UBSs; sete estados, em 49,4% a 71,6%; e dois estados em até 49,4%. A região Sul teve o maior percentual de unidades que disponibilizam a testagem (85%), seguida por Centro-Oeste (76%), Norte (74%), Nordeste (74%) e Sudeste (61%).

O Departamento mediu também a disponibilidade de benzilpenicilina benzatina nas UBSs. Verificou-se que somente seis UFs contam com quantidade suficiente em 56% a 78,4% dos equipamentos de saúde primária; 13 UFs contam com o medicamento em 33,7% a 56% das UBSs; enquanto outras oito UFs só têm quantidade suficiente em até 33,7% das Unidades Básicas de Saúde.

Por fim, o boletim indica os números da aplicação de benzilpenicilina benzatina em usuárias de pré-natal e puerpério nas UBSs. Em 14 estados, o medicamento é aplicado nelas em 80,3% a 95,3% das Unidades; em sete estados, em 65,3% a 80,3% das UBSs; e em seis outros a aplicação ocorre em até 65,4% das Unidades.

Controle da sífilis
Dentre as infecções sexualmente transmissíveis que requerem atenção especial, destaca-se a sífilis, infecção causada pela bactéria Treponema pallidum, que infecta exclusivamente o ser humano e para a qual existem métodos diagnósticos acessíveis, tratamento eficaz e cura. Quanto mais precoce o tratamento, mais rápida a cura e menor a chance de complicações.

A principal forma de transmissão da sífilis ocorre por relação sexual desprotegida, podendo também ocorrer a transmissão vertical da mãe para o bebê, durante a gestação de uma mulher com sífilis não tratada ou tratada de forma inadequada. A transmissão ao bebê durante a gestação resulta na forma congênita da doença.

Ao adquirir a infecção pelo treponema, o indivíduo pode ser assintomático ou apresentar ferida, geralmente única e indolor (cancro duro), no local inicial da inoculação do treponema, sobretudo na região genital e oral, e que desaparece espontaneamente. Com o decorrer da infecção, costumam aparecer lesões cutâneo-mucosas avermelhadas, principalmente no tronco e nas regiões plantar e palmar.

Nos estágios avançados da sífilis, podem ocorrer lesões ósseas, cardiovasculares e neurológicas. Assim, a doença pode se manifestar em diferentes estágios clínicos, classificados como sífilis primária, secundária, latente e terciária, que orientam o tratamento e monitoramento.

Nos últimos anos, o Brasil tem apresentado um aumento das taxas de detecção de sífilis em gestantes, adquirida e congênita, o que se configura como uma grave situação de saúde pública, pois se trata de uma doença curável, de fácil diagnóstico e tratamento de baixo custo, que leva à cura.

Segundo o boletim do Ministério da Saúde, a capacidade de ação capilarizada da atenção primária é essencial para o controle da sífilis adquirida e, em especial, da sífilis congênita no Brasil. Essa relação foi demonstrada em estudo, que verificou uma redução da transmissão vertical em municípios com maior quantidade de equipes de saúde da família, oferta de testes rápidos e aplicação de penicilina.