Ministério da Saúde apresenta dados referentes às Hepatites Virais

Entre 2000 e 2024, foram confirmados mais de 826 mil casos de hepatites virais no Brasil

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O novo Boletim Epidemiológico, divulgado pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, do Ministério da Saúde, analisa os casos de hepatites virais. Segundo o documento, a estimativa é de que, mundialmente, 304 milhões de pessoas estejam vivendo com infecção crônica por hepatites virais B ou C. Além disso, o número de óbitos ocasionados pela doença é de 1,3 milhão – 83% deles ocasionados pela hepatite B e 17% por hepatite C.

No Brasil, entre 2000 e 2024 – período da análise –, foram confirmados 826.292 casos de hepatites virais. Destes, 174.977 (21,2%) foram de hepatite A; 302.351 (36,6%) de hepatite B; 342.328 (41,5%) de hepatite C; 4.722 (0,6%) de hepatite D; e 1.914 (0,1%) de hepatite E.

Na região Nordeste, há uma maior concentração na proporção de infecções pelo vírus A. No Sudeste, os maiores índices são de B e C, enquanto o Norte acumula 72,4% do total de casos de hepatite D.

Em relação aos óbitos, no decorrer dos anos analisados no estudo, foram notificadas 49.999 mortes ocasionados por causas básicas e outras 45.959 por causas associadas às hepatites virais dos tipos A, B, C e D. Do total de falecimentos, 1,5% está relacionada à hepatite viral A; 22% à hepatite B; 75,3% à hepatite C e 0,9% à hepatite D.

Hepatite A

Norte e Nordeste são as regiões que correspondem a mais da metade de casos de hepatite A no Brasil. Entre as unidades federativas, Amazonas, Paraná e Minas Gerais se destacam, concentrando 8,2%, 7,4% e 6,8% do total de casos, respectivamente.

Os casos registrados de hepatite A em pacientes menores de dez anos têm uma porcentagem considerável de 25,5%, contudo, houve uma notável redução de 99,9% na taxa de incidência da doença em crianças menores de cinco anos de idade e nos pacientes na faixa etária dos cinco aos nove anos.

Sobre raça/cor, as informações obtidas em 2024 demonstram que 50,7% se autodeclaram brancos; 31,2% negros (26,2% pardos e 5% pretos); 1,2% amarelos; e 0,1% indígenas.

O número de óbitos associados por hepatite A, entre 2000 e 2024, foi de 1.473. Nesse período, o total de óbitos por causa básica de hepatite A foi de 563 (55,2%) para o sexo masculino e 456 (44,8%) para o sexo feminino. No ano passado, a faixa etária com a maior notificação de óbitos foi a dos 60 anos ou mais.

Hepatite B

Foram notificados 302.351 casos de hepatite B no Brasil entre 2000 e 2024. A maior parte deles está concentrada no Sudeste, com 34%, seguida pela região Sul, com 31%; Norte, 15%; Nordeste, 11%; e Centro-Oeste, 9%.

Destes casos registrados, 166.573 (55%) foram provenientes do sexo masculino – a análise demonstra que, em 2024, a proporção foi de 14 casos no sexo masculino para cada dez entre o sexo feminino. No entanto, para ambos os sexos, desde 2013 está sendo observada uma tendência de queda nas taxas de detecção.

Em relação à faixa etária dos pacientes, 58,8% dos casos acumulados em homens foi entre a faixa etária dos 25 aos 49 anos de idade. Para o sexo feminino, pouco mais da metade da proporção de casos foi entre pacientes dos 20 aos 39 anos. 

A distribuição de casos entre raça/cor demonstra que 43,9% foram entre pessoas pardas; 35,1% em brancos; 11,6% em pretos; 1,7% em amarelos; e 0,8% em indígenas.

O total de óbitos por hepatite B foi de 21.065 e a maior parte deles foi notificada na região Sudeste. Entre 2014 e 2024, houve a redução do coeficiente de mortalidade, indo de 0,2 óbito por 100 mil habitantes para 0,1 óbito.

Hepatite C

Segundo o boletim do Ministério da Saúde, durante o período de estudo foram confirmados 342.328 casos de hepatite C ao redor do País. Neste cenário, 57,7% no Sudeste; 27% no Sul; 7,5% no Nordeste; 4% no Centro-Oeste e 3,8% no Norte.

Do total de casos confirmados, observa-se que 195.789 (57,2%) deles acometeram pacientes do sexo masculino, enquanto 146.404 (42,8%) foram em pacientes do sexo feminino. O maior percentual dos casos detectados ocorreu na faixa etária acima dos 60 anos.

Sobre raça/cor, 45% dos pacientes se autodeclaram brancos; 35,2% pardos; 11,1% pretos; 1,3% amarelos; e 0,3% indígenas.

A hepatite C se classifica como a maior causa de morte entre as hepatites virais. Entre 2000 e 2024, foram registradas 72.242 mortes associadas à doença, 55,8% deles no Sudeste; 23,5% no Sul; 11,1% no Nordeste; 5,2% no Norte; e 4,4% no Centro-Oeste. Apesar disso, vem sendo observada uma tendência de queda nos óbitos ocasionados pela doença em todas as regiões do Brasil.

Hepatite D

O total de notificações confirmadas por hepatite D é de 4.722. A região com o maior número de ocorrências foi a Norte, com 72,4%. Em seguida, estão Sudeste (11,3%), Sul (6,9%), Nordeste (6%) e Centro-Oeste (3,4%).

Durante todo período de análise, a maior parte dos casos ocorreu no sexo masculino (58,4%) e a distribuição etária dos quadros da doença aponta que a população jovem é a mais acometida, sendo que mais da metade dos pacientes – aproximadamente 60,1% do total – estava na faixa etária dos 20 aos 44 anos.

Os critérios de raça/cor indicam que 57,9% dos enfermos se autodeclaram pardos; 17,3% brancos; 6,5% indígenas; 5,3% pretos; e 1,5% amarelos.