APMCast: último episódio da temporada aborda associativismo para jovens médicos

Luciana Shimizu e Marcela Pavani apresentaram seus pontos de vista sobre o tema

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Depois de mais uma temporada de sucesso, focada em assuntos de ampla relevância especialmente para jovens médicos, o APMCast lançou, na última quinta-feira (13), o último episódio desta leva, com foco no tema “associativismo”.

As entrevistadas foram Marcela Carneiro Vasconcelos Pavani, diretora Social da Comissão Especial de Médicos Jovens da Associação Paulista de Medicina, e Luciana Shimizu Morya, membro do mesmo grupo e dona do perfil @conselhocomclasse no Instagram.

Para Marcela, a questão do associativismo médico é um tema pouco debatido no ambiente universitário. “Na minha vivência, não era um assunto nos meus grupos, tanto que eu acabei vindo fazer parte depois de formada. Eu acho que antigamente era mais presente e hoje, infelizmente, não é mais uma pauta que os jovens tratam, porque eles não sabem muito bem o que representa.”

Luciana corrobora com o ponto de vista, salientando que foi apenas após se associar à APM que percebeu os inúmeros benefícios: “Eu vi que era muito importante estar ligada a um grupo tão representativo. É uma instituição quase centenária. Mas realmente, se não temos isso enraizado na instituição de formação, acredito que não percebemos quanto benefício temos em fazer parte da Associação”.

Aproximação 

Segundo as médicas, uma forma efetiva de chamar a atenção do público jovem e atrai-los para a Associação Paulista de Medicina é mostrar tudo o que a entidade pode fazer por eles. Marcela demonstra que atualmente os profissionais precisam lidar com uma série de problemas relacionados à classe, como invasão da profissão, violência, problemas de saúde mental, aumento no número de médicos e sucateamento dos vínculos de trabalho, entre outros.

“Acho que é fundamental mostrar a nossa força como um grupo, frente a essas questões, para o médico jovem entender o que a gente significa. Outro ponto é a questão do networking. Os jovens sabem que precisam, mas muitas vezes não sabem onde procurar e nós também somos isso. Precisamos que as pessoas saibam que aqui tem um espaço, e que é de todos os médicos. Nós estamos abertos a recebê-los e a fazer essa troca, porque às vezes eu tenho uma informação ou alguma coisa que eu posso te ajudar e vice-versa. Quem está começando na carreira precisa disso”, aponta.

De acordo com Luciana, um outro método que seria efetivo para proporcionar essa aproximação é a comunicação em linguagem mais adequada com o público jovem. “A APM ainda é muito tradicional e focada no público que ela é mais forte, que é o mais experiente, mas a comunicação com o jovem é totalmente diferente […]. A Comissão vem trazendo o estudante de Medicina para mostrar que a Associação é um ambiente para o jovem estar, que é onde ele vai ter esse contato e visibilidade. Nós estamos tentando mostrar que é aqui dentro da APM que ele vai ter todo esse apoio que ele busca e estamos batalhando para conseguir chegar nessa comunicação.”

As entrevistadas também refletem que questões ligadas à Defesa Profissional têm ampla importância na Associação Paulista de Medicina. Outro tópico que vem ganhando um espaço de relevância são questões paralelas à Medicina, mas que conversam diretamente com a profissão, como marketing médico, assessoria jurídica e apoio em demandas, por exemplo, sobre como precificar uma consulta.

Espaço abrangente

Marcela relembrou que a Medicina, assim como o perfil dos formandos, está mudando. “Daqui a dez anos, eu acho que vai ser tudo muito diferente do que nós estamos falando aqui e o médico jovem, que é a maioria, vai ser essa transformação, então eu queria deixar aqui que a APM é a sua casa também. Venha fazer parte, isso não tem nenhum mote político, somos nós por nós mesmos.”

Luciana finalizou destacando que desde que começou com o seu perfil no Instagram, se comprometeu em ser uma porta-voz de pessoas que não têm coragem de falar sobre os inúmeros desafios sofridos pelos médicos. “Hoje, ter este espaço para poder falar e trazer a importância e as dores que os médicos vêm sofrendo para uma instituição tão importante quanto a APM é, realmente, muita honra.”