Presidente da APM participa de live de Santo André sobre Gerenciamento de sangue

Especialistas trouxeram diferentes abordagens sobre evidências científicas, prática assistencial e aspectos econômicos

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No dia 26 de maio, o presidente da Associação Paulista de Medicina, Antonio José Gonçalves, participou da live promovida pela APM Santo André, com foco em Gerenciamento do Sangue do Paciente (Patient Blood Management – PBM). A transmissão também trouxe apresentações dos especialistas Isabel Cristina Céspedes e Carlos Eduardo Panfílio. A diretora de Defesa Profissional da Regional, Nadjanara Dorna Bueno, coordenou o evento.

Segundo Isabel, que falou sobre Prática Assistencial, para quem não está familiarizado com o PBM, o assunto pode parecer muito restrito aos pesquisadores da área, mas na realidade, envolve todas as instâncias na Saúde. Neste sentido, demonstrou que o Ministério da Saúde incluiu o gerenciamento do sangue em suas páginas, justificando que é um horizonte importante de política nacional e capacitação, além da implementação da pauta pela Organização Mundial da Saúde.

“Analisar os efeitos genéticos das transfusões é um assunto potente e é o que estamos fazendo com a nossa linha de pesquisa. Se encaramos esta pauta como de alta relevância, que precisa caminhar para que possamos ter novas práticas, como fazemos isso? Se o fato é que o PBM traz uma nova maneira de atuar dentro da Medicina transfusional, então, nós temos vários esquemas que serão as estratégias para que, de fato, possamos evitar ao máximo o uso de hemocomponentes de transfusões de sangue”, explicou.

Em seguida, Carlos Eduardo Panfílio abordou os Aspectos Econômicos da situação. Segundo o médico, o uso racional de sangue é muito importante no cenário mundial. Ele também indicou que o PBM não é apenas sobre tratar anemia ou reduzir a questão da transfusão de sangue. “Nós precisamos ter uma visão na linha de cuidado do paciente, olhando para essa jornada de forma ética, com evidência e resultando em economia.”

O especialista demonstrou que está havendo uma diminuição nas doações de sangue, acompanhada pelo aumento da população residente e do envelhecimento. “A expectativa de vida ao nascer também é mais alta e os procedimentos cirúrgicos do SUS estão aumentando cada vez mais. Então, nós precisamos pensar como isso afeta os dados econômicos.”

Atuação da APM

Para Antonio Gonçalves, é fundamental que os dados sobre o sangue sejam divulgados, para que haja ampla conscientização não apenas dos profissionais da Saúde, mas da população como um todo. “Nós não temos noção do tamanho do desperdício, do custo efetivo disso e da perspectiva futura. Temos críticas na questão do baixo financiamento e na má gestão do SUS, então eu acho que esse é um dos fatores extremamente importantes e que pode ser corrigido com as fórmulas que aqui foram colocadas.”

O presidente da APM demonstrou que a entidade está pronta para dar o apoio necessário à causa. “É uma jornada que é longa e não vai ser fácil, mas podem contar conosco, pois vamos nos esforçar para divulgar esses conhecimentos da melhor maneira possível. É isso que a Associação Paulista de Medicina tem que fazer, colaborar para que seja feito um uso racional do sangue e para que tenhamos uma Saúde melhor, colocando os recursos onde eles têm que ser colocados e evitando desperdícios. Acho que esta é a grande mensagem do ponto de vista científico.”

Fotos: Reprodução live