A Comissão Estadual de Negociação de Honorários Médicos, liderada pela Associação Paulista de Medicina (APM), se reuniu com representantes da Porto Seguro na última terça-feira, 29 de julho, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Este foi o terceiro encontro promovido pela comissão, que tem como objetivo apresentar a pauta de negociação para 2025, em busca de garantir condições mais justas de remuneração e valorização do trabalho médico.
Participaram da reunião os diretores de Defesa Profissional e de Previdência e Mutualismo da APM, Marun David Cury e Antonio Carlos Endrigo, respectivamente, além do 2º tesoureiro do Conselho Federal de Medicina, Carlos Magno. Representando a Porto Seguro, o superintendente de Operações e Sinistro Saúde, Ronei Silva, e o gerente de Relacionamento, Adilson Cunha. Também esteve presente o gerente executivo do Departamento do Complexo Produtivo e Econômico da Saúde e Biotecnologia da Fiesp (deComSaúde), Luiz Monteiro Filliettaz.
Durante a reunião, Marun Cury destacou a defasagem no valor das consultas médicas. “O valor atual está defasado e a gente pede para vocês avaliarem a possibilidade de praticar o valor da consulta de R$ 180. Vamos tentar negociar com todas as operadoras. Aquelas que não aderirem, serão publicamente mencionadas, o que poderá impactar institucionalmente.”
Luiz Monteiro Filliettaz ressaltou a importância do diálogo entre as operadoras de Saúde. “É essencial estarmos presentes nessas discussões, porque nós vemos a importância que o médico tem para a sustentabilidade do sistema. Nós entendemos que as operadoras, muitas vezes, têm preocupação com a sustentabilidade. Pensamos que se houver uma negociação, talvez a classe médica também possa colaborar com as operadoras no sentido de proporcionar uma maior sustentabilidade do sistema. Precisamos estabelecer um ganha-ganha entre operadora, médico e indústria”, comentou.
Carlos Magno reforçou que o profissional precisa ser valorizado e remunerado adequadamente. “Estamos dispostos a negociar, conversar e fazer entender a importância do médico nesta parceria”, destacou.
Os executivos da Porto Seguro se mostraram receptivos à pauta, mas destacaram as particularidades da operadora. “A Porto, diferente de outras operadoras, tem muito carinho e cuidado pelo médico, em especial para os que atendem em consultórios. Todos os anos, aplicamos o reajuste contratual, ou seja, não esperamos os médicos pedirem, e o valor da consulta vem sendo corrigido. Vamos avaliar a pauta e estudar com carinho”, pontuou Adilson Cunha.
Por fim, Antonio Carlos Endrigo enfatizou o trabalho de conscientização que vem sendo feito com os médicos, evitando solicitações desnecessárias de exames. “Eles precisam ter a consciência de que, por mais que a gente ser reúna para discutir melhorias para a classe, é fundamental contar com a colaboração deles, caso contrário, não iremos conseguir”, concluiu.
Outras reuniões com diferentes operadoras de planos de saúde estão previstas para este semestre.
Pauta de Negociação
1 – Valor Consulta em R$ 180 independente do tipo de plano de beneficiário.
2 – Valorização de Procedimentos conforme hierarquização proposta pela FIPE e constante na CBHPM até 2017.
3 – Necessidade de ganhos reais sobre a inflação e não somente a recomposição de valores (3 anos para realinhamento dos honorários, com aumento anual de 10% do IPCA).
4 – Realinhamento e recomposição de valores a incidir sobre todas as formas de remuneração médica (fee for service, pacotes, celetistas, pejotizados, entre outros).
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