Relatório divulgado pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), no dia 15 de julho, aponta que, atualmente, 74% das mortes anuais registradas ao redor do planeta são provenientes de doenças não transmissíveis. Entre as mais nocivas, estão diabetes, doenças renais crônicas, problemas cardiovasculares, câncer e doenças respiratórias crônicas, além disso, Alzheimer, demências e depressão também integram a lista.
Em entrevista à Rádio Metrópoles, de Brasília, o presidente da Associação Paulista de Medicina, Antonio José Gonçalves, falou sobre os hábitos de vida da população e como eles podem estar atrelados a condições tão prejudiciais à Saúde, contribuindo para a prevalência dessas doenças e, consequentemente, para o aumento no número de mortes.
“Puramente acredito que isso seja devido ao modo de vida atual. Todo o estresse, a correria, a alimentação, que não é a mais adequada, o sedentarismo, o tabagismo, o etilismo, enfim, são todos fatores que colaboram para que essas sejam as principais causas de morte”, descreveu.
Segundo Gonçalves, a reversão deste cenário está diretamente atrelada à conscientização da população e à adoção de hábitos de vida mais saudáveis. “Incentivando a realização de exercícios físicos regulares, evitando o sedentarismo, melhorando as condições climáticas. Ou seja, é uma série de fatores. O que, na realidade, precisa, é de uma conscientização de toda a humanidade, digamos assim.”
Além disso, o documento também apresenta os impactos econômicos que a América do Sul enfrentará por conta de tais enfermidades. No caso da Colômbia e Venezuela, diabetes e doenças renais lideram os prejuízos enfrentados; no Brasil, por sua vez, são as doenças cardiovasculares que lideram o contexto. De acordo com a reportagem, estima-se que em um período de 20 anos (entre 2010 e 2030), as doenças não transmissíveis custem ao mundo US$ 47 trilhões– valor que equivale a R$ 258 trilhões.