Presidente da APM comenta sobre o tabagismo

Doenças como câncer de pulmão são fortemente associados ao cigarro: 90% dos casos têm origem no tabagismo

APM na imprensa

Em entrevista ao Portal Brazil Health, Antonio José Gonçalves, presidente da Associação Paulista de Medicina, destaca que os benefícios de abandonar o tabaco começam rapidamente, pois em apenas um ano sem fumar, o corpo já inicia um processo de recuperação. Confira a seguir:

Tabagismo Ainda é a Principal Causa de Morte Evitável e Alvo de Novas Ações no Brasil

Dia Nacional do Combate ao Fumo alerta para riscos do cigarro tradicional e da popularização dos vapes entre adolescentes

No Brasil, o tabagismo segue como principal causa de morte evitável, responsável por cerca de 162 mil óbitos anuais, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). O cigarro continua a causar danos expressivos mesmo diante de décadas de campanhas e medidas restritivas. A fumaça do tabaco carrega mais de 4.700 substâncias tóxicas – muitas delas cancerígenas – e está diretamente ligada a cerca de 50 doenças graves, incluindo infarto, derrame, diabetes e variados tipos de câncer.

O impacto do cigarro não recai apenas sobre os fumantes ativos. Os chamados fumantes passivos, que convivem com a fumaça no ambiente, enfrentam também riscos elevados de câncer, problemas cardíacos e respiratórios. Bebês expostos durante a gestação podem nascer prematuros ou abaixo do peso, tornando-se grupo de alta vulnerabilidade.

Doenças como o câncer de pulmão são fortemente associadas ao cigarro: 90% dos casos têm origem no tabagismo. “Apesar dos riscos, os benefícios de abandonar o tabaco começam rapidamente: em apenas um ano sem fumar, o corpo já inicia um processo de recuperação. Após 10 anos, o risco de infarto e câncer pode se aproximar ao de uma pessoa que nunca fumou”, afirma Antonio José Gonçalves, presidente da Associação Paulista de Medicina (APM).

Além disso, a combinação de monóxido de carbono e nicotina no cigarro danifica veias e artérias, aumentando em até seis vezes o risco de acidente vascular cerebral (AVC) para quem fuma um maço por dia.

Em 2024, o governo brasileiro passou a impulsionar estratégias voltadas ao combate dos cigarros eletrônicos, conhecidos como vapes, visando especialmente a proteção de adolescentes. Entre as ações adotadas estão:

  • aumento de impostos e tributos sobre tabaco;
  • proibição de sabores e aromas que atraem jovens;
  • expansão de áreas livres de fumo em locais públicos;
  • padronização para impedir design atrativo nos produtos;
  • fortalecimento de programas de apoio ao abandono do tabaco;
  • manutenção da proibição de venda dos cigarros eletrônicos pela Anvisa.

Embora anunciados como menos nocivos, a maioria dos cigarros eletrônicos contém doses elevadas de nicotina e outros componentes perigosos. “A quantidade de nicotina nos cigarros eletrônicos pode ser até seis vezes maior do que nos cigarros comuns, o que acelera o desenvolvimento de dependência química”, explica o médico Antonio José Gonçalves. Mesmo as versões sem nicotina podem liberar metais pesados e outras substâncias tóxicas, evidenciando riscos sérios à saúde de uma nova geração.

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