A mais recente edição do Boletim Epidemiológico, elaborado pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, apresenta os dados de mortalidade por câncer de mama e colo do útero no Brasil, entre 2010 e 2024. Neste período, foram registrados 248.033 óbitos por câncer de mama e 92.182 óbitos por câncer de colo do útero no País.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer de mama é o tipo mais diagnosticado globalmente, com aproximadamente 2,3 milhões de novos casos e 685 mil mortes em 2020. Já o câncer de colo do útero é o quarto mais comum, com 604 mil novos casos e 342 mil óbitos no mesmo ano.
Países como Canadá e Austrália, que investem em programas robustos de rastreamento e prevenção, apresentam taxas de mortalidade significativamente menores, evidenciando a importância de políticas públicas eficazes.
Mortalidade
Do total geral de mortes por câncer de mama, 167.039 ocorreram em mulheres entre 30 e 69 anos. No período analisado, houve aumento das taxas de mortalidade considerando a raça e a cor da pele. As mulheres brancas apresentaram os maiores índices ao longo dos anos, passando de 18,2 óbitos por 100 mil em 2010 para 19,8 em 2024. Entre mulheres pretas, a taxa subiu de 14,9 em 2010 para 15,6 em 2024. Já entre mulheres pardas, passou de 11 em 2010 para 15,8 em 2024. As mulheres indígenas, embora com os menores índices, passaram de 2,1 em 2010 para 5,6 em 2024. Considerando a população negra (preta e parda), a taxa de mortalidade passou de 11,7 em 2010 para 15,7 em 2024.
Em relação ao total geral de mortes por câncer de colo de útero, foram contabilizados 68.065 óbitos em mulheres entre 30 e 69 anos. Conforme análise do período entre 2010 e 2024, o índice de mortalidade das mulheres brancas passou de 5,2 em 2010 para 5,5 em 2024. Já para as mulheres pretas, a taxa era de 6,2 óbitos por 100 mil mulheres em 2010, caindo para 5,8 em 2024. No caso das mulheres pardas, a taxa evoluiu de 7 mortes em 2010 para 8,2 em 2024. Já entre as mulheres indígenas, o índice foi de 8,1 em 2010 para 7,8 em 2024. Na população negra, a taxa de mortalidade por câncer de colo do útero subiu de 6,9 em 2010 para 7,7 em 2024.
Apesar de avanços, como a ampliação do acesso à mamografia e à vacinação contra o HPV, as taxas de mortalidade continuam crescendo, evidenciando a necessidade de estratégias mais eficazes, integradas e inclusivas.
O Ministério da Saúde vem fortalecendo a Atenção Primária à Saúde, ampliando a estratégia do rastreamento organizado, com base nas novas diretrizes para o câncer de mama e na recente nota técnica que orienta a transição para o teste de HPV no rastreamento do câncer do colo do útero.