Em entrevista ao Jornal Giro, o presidente da Associação Paulista de Medicina – Osasco, Edson Umeda, abordou a ética e o sentido humano na Medicina. Para Umeda, a prática médica só mantém seu sentido humano quando guiada pela consciência moral, pela responsabilidade e pelo respeito ao paciente.
O médico ressaltou que a relação entre profissional e paciente é um “pacto de confiança” que se sustenta nos princípios éticos como autonomia, beneficência, não maleficência e justiça, pois, sem ética, a Medicina se reduz à técnica; com ética, torna-se cuidado genuinamente humano.
Umeda enfatiza que o Código de ética Médica, elaborado pelo Conselho Federal de Medicina, é o guia essencial da conduta profissional, devendo sempre respeitar a vida, a dignidade e a liberdade do paciente. Os fundamentos dessa conduta incluem o sigilo, o consentimento informado e a honestidade científica.
No entanto, a prática médica enfrenta dilemas complexos que refletem a realidade do sistema de Saúde do Brasil, como a escassez de recursos, a judicialização da Saúde e a gestão do cuidado no fim da vida, exigindo reflexão constante e justiça distributiva.
Falando de tecnologia, Edson Umeda reconheceu que a Inteligência Artificial é uma ferramenta valiosa que amplia o raciocínio clínico, mas alertou que ela não substitui o julgamento moral dos médicos: “A decisão final deve ser sempre humana, pois os algoritmos não possuem empatia e nem prudência”.
Umeda também destacou o papel da Associação Paulista de Medicina na formação e orientação dos profissionais. “A APM tem um papel formador e articulador. Trabalhamos para fortalecer o médico, promovendo educação ética, atualização científica e diálogo com a sociedade”, concluiu.
Fonte: Jornal Giro – acesse aqui
