Diretores da APM, amigos e familiares do poeta Paulo Bomfim estiveram presentes na sede da Associação Paulista de Medicina na última sexta-feira, 28 de novembro, para a inauguração da mostra “Paulo Bomfim: Retratos de Afeto”. A exposição ficará disponível para visitação gratuita até o dia 10 de janeiro de 2026 e conta com obras de artistas que conviveram com Bomfim, como Gino Bruno, Sylvio Alves, Hebe de Carvalho e Luiz Arthur Jasmin, traduzindo em forma de arte a sua vida.
O diretor Cultural adjunto da Associação Paulista de Medicina e curador da Pinacoteca da entidade, Guido Arturo Palomba, relembrou a origem das obras: “Esta é uma exposição de obras que foram doadas à APM pelo príncipe dos poetas brasileiros, Paulo Bomfim. Esta preciosa doação, que agora faz parte do precioso acervo da nossa Pinacoteca, foi toda feita e intermediada pela Di Bonetti, que está aqui presente”.
Di Bonetti, escritora e amiga de Paulo Bomfim, salientou a honra de poder proporcionar à APM a entrega das obras. “O acervo do poeta não podia estar em um palco melhor, graças ao nosso querido Guido, que aceitou, em nome da Pinacoteca, a doação. Eu tenho certeza de que o poeta, onde estiver, está muito feliz por ver abrigados os seus quadros aqui.”
Ela recordou a promessa que fez a Bomfim, garantindo que manteria viva a sua memória. “Tem um ditado que diz que um intelectual se torna notável a partir do momento em que ele é lembrado, e eu sou uma das pessoas responsáveis pela biografia e acervo documental e fotográfico do poeta. A minha incumbência, eu fiz esse juramento a ele em vida, é de que enquanto eu vivesse, eu faria com que ele fosse lembrado, então esta é uma comemoração muito importante para mim.”
Segundo a escritora, a inauguração da mostra é o primeiro acontecimento da série de realizações que ocorrerão a partir do ano que vem, para celebrar o centenário de Paulo Bomfim que, se estivesse vivo, completaria 100 anos no dia 30 de setembro de 2026.
Encerrando o evento, o presidente da Associação Paulista de Medicina, Antonio José Gonçalves, destacou a satisfação de receber a exposição, reforçando o compromisso histórico e cultural da entidade – que são refletidos nas diferentes ações promovidas pela APM.
“É neste sentido que hoje nos reunimos para celebrar a memória e o legado do ilustre poeta Paulo Bomfim, que foi membro da Academia Paulista de Letras. Bomfim teve as suas obras publicadas em diferentes idiomas, como alemão, francês, inglês, italiano e espanhol e, em seu livro de estreia, Antônio Triste, de 1947, o poeta foi condecorado pela Academia Brasileira de Letras, com o prêmio Olavo Bilac, que contribuiu para reforçar o seu brilhante talento. A Associação Paulista de Medicina se sente honrada e agradece a doação, que vai enriquecer muito a nossa Pinacoteca”, discursou.
Sobre o poeta
Paulo Lébeis Bomfim nasceu em São Paulo, no dia 30 de setembro de 1926. Chegou a ser aluno da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, mas não concluiu o curso e se dedicou ao jornalismo, trabalhando no Correio Paulistano e no Diário de São Paulo, além de ter atuado também no rádio e na televisão. Bomfim faleceu no dia 7 de julho de 2019, aos 92 anos e, segundo suas próprias palavras “poetas não morrem, eles se transformam em palavras.”
Fotos: Alexandre Diniz
