Em nova publicação, Boletim Epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, do Ministério da Saúde, analisa a segurança da cobertura vacinal no Brasil nos anos de 2023 e 2024. O objetivo do estudo foi descrever os erros de imunização relacionados às vacinas vigentes no calendário nacional durante o período de investigação mencionado.
Conforme explica a pasta, a hesitação vacinal está diretamente atrelada à confiança na segurança e eficácia das imunizações. Por isso, identificar os erros é fundamental para promover estratégias que contribuam para a redução desses riscos e das taxas de incidência.
Entre 2023 e 2024, o total de doses de vacinas administradas no Brasil foi de 322.181.380 – sendo 165.753.645 em 2023 e 156.427.735 em 2024. Nesse mesmo período, o número de erros de imunização foi de 0,01% (33.322) considerando os dois anos, também 0,01% (18.626) em 2023 e 0,009% (14.696) em 2024.
Dados demográficos
O Sudeste concentrou 55,55% das notificações de erros, sendo São Paulo o estado com o maior número de casos (7.403), o que representa uma taxa de 13,45 notificações por 100 mil doses administradas. Em seguida, estão Minas Gerais, com 3.210 casos e 12,31 erros/100 mil doses administradas, e Espírito Santo, com 421 notificações e taxa de 18,94 erros/100 mil doses administradas.
No Sul, apesar de a região ter o menor número absoluto de notificações, foram registradas as maiores taxas, especialmente no Rio Grande do Sul, com 1.502 notificações e 20,92 erros/100 mil doses administradas; e Paraná, com 1.393 notificações e 19,69 erros/100 mil doses administradas.
Roraima e Amapá foram os estados com os menores indicadores. Em Roraima, houve a notificação de somente três casos (0,01%), com taxa de 0,22/100 mil doses administradas, ao passo que, no Amapá, o total foi de cinco casos (0,02%), com taxa de 0,42/100 mil doses administradas.
Em relação à faixa etária, o estudo demonstra que pessoas entre cinco e dez anos apresentaram as maiores taxas de notificação, sendo 18,33 erros/100 mil doses administradas. Pacientes entre 11 e 17 anos se enquadram no segundo grupo com mais notificações, com 14,56 erros/100 mil doses administradas. Menores de um ano e idosos com mais de 60 foram os grupos que apresentaram os índices mais baixos, totalizando 7,33 e 7,49 erros/100 mil doses administradas, respectivamente.
A maior prevalência de erros de imunização ocorreu em pessoas brancas (13,85/100 mil doses administradas), em seguida, estiveram pessoas pretas (11,56/100 mil doses administradas) e indígenas (10,89/100 mil doses administradas).
Aprimoramento da segurança
Segundo o Ministério da Saúde, o fortalecimento das orientações a respeito dos esquemas vacinais é uma maneira eficiente de reduzir eventuais falhas no processo de imunização, salientando que o intuito do boletim é educar e prevenir para, assim, garantir segurança na administração dos imunizantes e reduzir a ocorrência dos erros.
Deste modo, as estratégias para aprimorar a segurança vacinal devem incluir qualificação contínua, fortalecimento da vigilância, uso de tecnologias de apoio e promoção de uma cultura de segurança.
De acordo com o documento, os tipos mais comuns de erros de imunização se dividem entre a utilização de vacina vencida; dose, formulação e posologia inadequadas; administração do imunizante em local inadequado; administração de vacina incorreta; exposição inadvertida; vacina administrada com desvio de qualidade; via incorreta de vacinação; administração para idade inadequada; ciclo de vacinação incompleto; exposição inadvertida na gestação; contraindicação; intercâmbio de produtos; dose subterapêutica de vacina; e intervalos de administração de dose muito curtos ou muito longos.