“Medicina nas Redes Sociais”, foi um dos assuntos abordados no primeiro dia da terceira edição do Congresso de Medicina Geral da Associação Médica Brasileira (AMB), que acontece em São Paulo de 24 a 26 de julho.
O painel foi coordenado pelo diretor de Previdência e Mutualismo da Associação Paulista de Medicina (APM) e presidente da Comissão de Saúde Digital da AMB, Antonio Carlos Endrigo, e pelo presidente da Associação Médica do Amazonas, Emanuel Jorge Akel Thomaz de Lima.
Como conferencistas, participaram Walter Miyamoto, diretor adjunto de Marketing da APM e presidente da APM São José dos Campos, e Juliana Hasse, presidente da Comissão de Direito Médico e de Saúde da OAB-SP. O painel contou também com a participação do diretor Executivo da Comissão Especial de Médicos Jovens da APM e membro da Comissão Nacional de Médicos Jovens da AMB, Guilherme Marques.
Em sua apresentação, Miyamoto contou que usa as redes sociais para falar sobre sua área de especialização, a Coloproctologia, e destacou sua evolução nas plataformas digitais, que ocorreu de forma gradativa, por meio de cursos relacionados à comunicação e marketing e treinamentos.
Ele também deu ênfase ao uso da comunicação digital, com ferramentas de humanização e crescimento, para ampliar o cuidado e o acolhimento com o paciente para além da consulta no consultório, com mensagens para saber como ele está após um procedimento e lembretes de retorno de consultas, além de pesquisas de satisfação para melhorar ainda mais os atendimentos.

Ações judiciais
Juliana Hasse, por sua vez, destacou o crescimento expressivo de ações judiciais contra médicos, com 34 mil processos só no ano de 2024. “Entre 2020 e 2024, houve um aumento de mais de 30% nas ações contra médicos em início de carreira. No SJT [Superior Tribunal de Justiça], o crescimento foi de 1.600% no período de 10 anos”, afirmou.
A especialista também destacou os principais motivadores de ações judiciais contra os profissionais da área da Saúde, como expectativas não atendidas, documentação, desgaste na relação médico-paciente e a falta de informação médica necessária ou obrigatória ao paciente.
Dentro das especialidades, as áreas que recebem mais processos judiciais são: Cirurgia Plástica, Ginecologia e Obstetrícia e Clínica Geral. “Desde 2020, o índice de condenação é de 60% dos casos. A ausência de provas é a maior fragilidade nos processos”, destaca Juliana.

Ao fim das apresentações, Endrigo deu espaço para os presentes fazerem perguntas aos convidados. O debate abordou temas sobre o que difere uma negligência informacional e dicas práticas de como realizar atendimentos particulares antes mesmo de se descredenciar de convênios médicos.
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