Na tarde da última quarta-feira (19), a Associação Paulista de Medicina recebeu o ComSaúde, da Fiesp, para traçar novas estratégias referentes às negociações com as operadoras. Anualmente, a Comissão Estadual de Honorários Médicos – encabeçada pela APM e nacionalmente pela Associação Médica Brasileira – se reúne com diversos planos de saúde no intuito de encaminhar as principais necessidades expostas pela classe.
Desta maneira, o diretor adjunto de Defesa Profissional da APM, Marun David Cury, e o assessor médico da Diretoria da instituição, Marcos Pimenta, receberam o gerente executivo do ComSaúde Fiesp, Adriano Londres, e o sócio da Arquitetos da Saúde, Luiz Filliettaz, para pensarem em novos caminhos para as negociações neste ano.
Marun e Pimenta especificaram as principais dificuldades encontradas pela Comissão Estadual e relembraram que ficaram mais de dez anos paralisados antes de poderem retomar o trabalho. Agora, os membros da Comissão buscam levar as melhores condições de remuneração aos médicos. “A gente sempre deu devolutiva às operadoras e sempre procurou fazer uma relação de ganha-ganha para ambos os lados”, explicou o diretor da APM.
Adriano Londres expôs a sua opinião acerca do assunto. “Acho que o caminho para vocês não está na negociação, está no fortalecimento da representatividade das entidades de classe junto às operadoras, que é um trabalho de longo prazo”, argumentou.
Para ele, uma medida eficiente neste sentido e que possibilitaria recuperar os dez anos de defasagem seria analisar as operadoras que melhor pagam os médicos e, assim, elaborar um mapeamento estratégico que envolvesse trabalhos atualizados para ver o custo da consulta; chamar aquelas que pagam menos para demonstrar qual é o valor que atualmente está no mercado e de que forma é possível corrigir os subsídios por elas propostos; e, por fim, falar com a sociedade e demonstrar quais são as operadoras que não estão fazendo o pagamento devidamente.
Os participantes da reunião relembraram que, atualmente, o custo médio de uma consulta por plano de saúde é de R$ 96 para o médico – todavia, há muitos que pagam menos que isso para os profissionais, o que reforça a não valorização do trabalho.
Assim, os convidados apontaram a importância de analisar a evolução de beneficiários, da sinistralidade e do quanto era e quanto está o custo da consulta, já que esta seria uma forma eficiente de tirar as operadoras da zona de conforto e demonstrar que a classe médica está utilizando a sua força para trabalhar em união na luta de seus direitos.
Luiz Filliettaz corroborou que é um plano eficiente, mas que levará tempo até ser executado. “A APM é uma entidade respeitada, se unir estratégia ao nome de vocês, os resultados serão positivos. Mas é uma visão de longo prazo e tem que ser uma política de Estado, porque se mudarem os líderes, o projeto tem que continuar.”
Ao final da reunião, Marun Cury e Marcos Pimenta agradeceram a presença dos convidados e combinaram de realizar mais encontros e continuar traçando novas táticas para obter os melhores resultados possíveis nas negociações.
Texto e fotos: Julia Rohrer

