A Associação Paulista de Medicina (APM) organizou e sediou, no último sábado, 13 de setembro, o Simpósio de Cirurgia Global, promovido pelo Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC) de forma híbrida. O evento reuniu estudantes, profissionais da Saúde, autoridades e especialistas nacionais e internacionais, com o objetivo de promover um espaço para debater práticas, políticas públicas, atualizações científicas e estratégias voltadas à Cirurgia Global.

“Já tive alguma experiência em Cirurgia Global, na época em que era diretor do Departamento de Cirurgia da Santa Casa de São Paulo, junto do colega Sérgio Roll. Temos investido nesta questão não apenas na Cirurgia Global, mas na Medicina Global como um todo, facilitando o acesso para todos, em todas as especialidades. Por isso, o convite às autoridades para que tenhamos políticas de Estado e não políticas de Governo. Que elas sejam perenes e não se encerrem em um único mandato”, pontuou o presidente da APM, Antonio José Gonçalves, que participou da abertura e atuou como debatedor.
O presidente da Comissão de Cirurgia Global e diretor de Publicações do CBC, Ramiro Colleoni Neto, agradeceu à equipe da APM que viabilizou a realização do evento com toda a infraestrutura necessária. “Reitero que este é um evento do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, por meio de sua Comissão de Cirurgia Global, que tenho o privilégio de presidir neste biênio (2024-2025). A comissão é composta pelos colegas Cleinaldo Almeida da Costa, Cristina Pires Camargo, Luiz Fernando Falcão, Nivaldo Alonso, Rodrigo Vaz Ferreira e Sérgio Roll.”
O presidente da Associação Médica Brasileira, César Eduardo Fernandes, por sua vez, agradeceu o convite do CBC e destacou a importância do fórum: “O Brasil enfrenta o desafio complexo de universalizar o acesso a cirurgias, ao mesmo tempo em que convive com profundas desigualdades regionais. A visão da AMB é buscar caminhos para um sistema cirúrgico mais equitativo e eficiente. Do ponto de vista teórico, isso é irretocável. O futuro da cirurgia no Brasil depende de políticas integradas, com foco na justiça social, no fortalecimento do sistema público, entre outros aspectos. De forma geral, a transformação do sistema cirúrgico brasileiro requer uma abordagem multidimensional”.


Parcerias
Gonçalves reforçou que a APM, maior federada da AMB, não podia ficar de fora de uma iniciativa como essa. “A entidade tem toda uma infraestrutura que pode e deve ser utilizada para que possamos atingir os dois pilares fundamentais do associativismo: a boa formação médica e a boa assistência à população.”
Ele também agradeceu a Ramiro Colleoni Neto pela iniciativa de realizar o Simpósio na entidade. “Vamos divulgar ao máximo esse evento para atrair pessoas que possam interferir nesta política e, assim, levar efetivamente a cirurgia aos locais mais longínquos do País. A Associação Paulista de Medicina tem plena condição de apoiar e oferecer toda a estrutura necessária para que isso realmente aconteça. Lógico que não sozinha, mas em parceria com outras instituições”, acrescentou.
Hélio Machado Vieira Junior, diretor Financeiro do CBC, também participou da abertura do evento. “Não podemos falar de Cirurgia Global sem mencionar os anestesistas, pois eles são fundamentais para garantir a cirurgia segura, especialmente em regiões menos favorecidas. Precisamos transformar salas de cirurgia, muitas vezes com poucos recursos, em ambientes que garantam segurança. O Colégio Brasileiro de Cirurgiões precisa estar cada vez mais envolvido nessas iniciativas. Tudo o que pudermos fazer para estruturar e apoiar esses projetos, faremos e estaremos juntos”, afirmou.
Também participaram do evento o assessor do Secretário Estadual da Saúde do Estado de São Paulo e vice-presidente da APM, José Luiz Gomes do Amaral, e o diretor de Responsabilidade Social da entidade, Jorge Carlos Machado Curi.
Com uma programação diversa e abrangente, o Simpósio contou com quatro mesas-redondas, com painéis sobre os temas “Cirurgia Global”, “Perspectivas da Cirurgia Global no Brasil”, “Experiências Internacionais na Cirurgia Global” e “Ações Assistenciais e Educacionais de Cirurgia Global no Brasil”.
O encerramento foi marcado por uma dinâmica de brainstorming e uma agenda para o futuro, com o objetivo de consolidar um plano nacional de inclusão da Cirurgia como essencial para a atenção básica de Saúde.






Fotos: Alexandre Diniz