Comissão Estadual de Honorários Médicos apresenta balanço das negociações

A Comissão Estadual de Honorários Médicos, liderada pela Associação Paulista de Medicina (APM), apresentou na última quinta-feira, 4 de dezembro, o balanço das negociações com as operadoras de planos de saúde referente ao ano de 2025 – confira abaixo.

A reunião virtual foi conduzida pelo diretor adjunto de Defesa Profissional da APM, Marun David Cury, que explicou a estratégia de negociação adotada pela Comissão neste ano. “Firmamos uma parceria com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), por meio do Departamento do Complexo Produtivo e Econômico da Saúde e Biotecnologia da FIESP (deComSaúde). Contamos com total apoio de todos de lá, inclusive, algumas reuniões foram realizadas na sede da Fiesp. Conseguimos um resultado positivo e o fato de estarmos unidos fez com que a gente conseguisse avançar nas negociações”, afirmou.

Participaram do encontro o vice-presidente e o diretor de Previdência e Mutualismo da APM, João Sobreira de Moura Neto e Antonio Carlos Endrigo, respectivamente; o 2º tesoureiro do Conselho Federal de Medicina (CFM), Carlos Magno; o diretor executivo da Comissão Especial de Médicos Jovens da APM, Guilherme Marques; e outros representantes da classe médica e das sociedades de especialidades.

Balanço
Dezesseis empresas enviaram propostas de melhorias nos honorários médicos: Amafresp/Afresp, Amil, Assefaz, Bradesco, Care Plus, Cassi, Economus, Funcesp/Vivest, Gama Saúde, Metrus, Notredame/Hapvida, Omint, Porto Seguro, Saúde Caixa, SulAmérica e Unimed Fesp.

“As operadoras atenderam as demandas do movimento médico e da Comissão de Honorários, entendendo a necessidade da valorização do médico e uma recomposição gradativa dos valores de consultas e procedimentos”, ressaltou Marun Cury.

Em contrapartida, algumas operadoras não atenderam às solicitações da APM: Alice, Allianz, Ameplan, Apas-Bauru, Austaclinicas, Banco Central, Bensaude, Cabesp, CET, Cruz Azul Saúde, Embratel, Europ Assistence, Geap, Mapfre Saúde, Plan/Assiste/MPU, Sami Saúde, São Cristovão, Saúde Petrobras, Seisa/Next, Sepaco e SPA Saúde.

“A Prevent Senior e o plano de saúde Alice não atenderam às solicitações da Associação Paulista de Medicina. Vale destacar que essas reuniões são importantes para que possamos entender como funciona a operadora. Muitas vezes, não sabemos se ela está funcionando de maneira ética, se trata bem seus profissionais e se está valorizando os médicos”, completou.

Antonio Carlos Endrigo falou da satisfação de participar das reuniões. “Quero deixar registrado a seriedade do trabalho de alto nível desempenhado pelo Marun. A gente acaba sendo muito pressionado pelas operadoras de planos de saúde, e este trabalho dele deve continuar”, acrescentou.

João Sobreira também parabenizou a Comissão e toda equipe da Fiesp e o CFM pelos resultados. Ele também sugeriu a criação de um ranking das operadoras, no intuito dos médicos acompanharem com mais clareza o desempenho de cada plano de saúde.

O gerente executivo do deComSaúde, Luiz Monteiro Filliettaz, por sua vez, agradeceu a oportunidade de participar das negociações: “É um privilégio fazer parte. O médico precisa ser bem remunerado, caso contrário, há uma perda muito grande. Parabenizo o Marun pelos excelentes resultados”.

O diretor de Patrimônio e Finanças da APM, Florisval Meinão, não conseguiu participar da reunião, mas enviou uma mensagem destacando os avanços obtidos pela Comissão Estadual de Honorários Médicos. “Faço questão de parabenizar a APM e o meu colega Marun David Cury por esta estratégia de negociação, que tem dado bons resultados. A negociação é séria e os honorários estavam subreajustados por muitos anos. Graças à APM, esta iniciativa tem começado a dar frutos. É a primeira vez que as operadoras de planos de saúde reajustaram o valor dos honorários acima da inflação”, destacou.

Encaminhamentos jurídicos
Neste ano, a Associação Médica Brasileira e a APM retomaram as discussões sobre a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM) junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), com o objetivo de obter um parecer técnico-jurídico para “evitar que a sua utilização gere condenações anticoncorrenciais“.

A assessora jurídica da AMB, Juliana Kolzan, contou que as entidades já realizaram duas reuniões com o presidente do Cade e contrataram uma equipe de advogados e economistas, no intuito de levar um posicionamento mais alinhado para o Conselho Administrativo.

A reunião foi encerrada com agradecimentos aos participantes e a reafirmação do compromisso da APM em manter as negociações contínuas e transparentes em defesa dos honorários médicos.

Fotos: Reprodução reunião