Dezembro Laranja: como se proteger do sol e reconhecer o câncer de pele

A campanha alerta para a prevenção, o diagnóstico precoce e os riscos da exposição ao sol sem proteção

O que diz a mídia

O mês de dezembro marca o início do verão e a maior campanha de conscientização sobre câncer de pele no país: o Dezembro Laranja. E não é à toa. O Brasil está entre os países com maior índice de radiação solar do mundo, e o câncer de pele continua sendo o tipo de câncer mais comum na população. A cada ano, milhares de novos casos são registrados, muitos deles evitáveis com cuidados simples e diários.

Por que o câncer de pele é tão frequente no Brasil?

A radiação ultravioleta (UV) emitida pelo sol é o principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer de pele. A exposição acumulada ao longo da vida, mesmo quando não resulta em queimaduras aparentes, causa danos ao DNA das células da pele, o que pode levar à multiplicação desordenada ao longo dos anos.

No Brasil, onde o clima é predominantemente quente e o sol é intenso o ano todo, a população se expõe com maior frequência, seja em atividades de lazer, no trabalho ao ar livre ou em pequenas exposições diárias que somam grandes impactos. Os carcinomas de pele não melanoma respondem por cerca de um terço de todos os tumores malignos registrados no país.

Além disso, hábitos como bronzear-se sem proteção, usar protetor solar apenas em momentos pontuais e não reaplicar o produto durante o dia aumentam ainda mais o risco. Pessoas de pele clara, olhos claros, histórico familiar de câncer de pele e idosos estão entre os grupos de maior vulnerabilidade.

Como identificar sinais suspeitos e quando procurar um dermatologista

Existem diferentes tipos de câncer de pele, sendo os mais comuns o carcinoma basocelular, o carcinoma espinocelular e o melanoma, este último mais raro, porém muito agressivo. A regra do ABCDE ajuda a identificar pintas que merecem atenção:

  • A: assimetria
  • B: bordas irregulares
  • C: cores variadas
  • D: diâmetro maior que 6 mm
  • E: evolução ou mudança recente

Além das pintas, feridas que não cicatrizam, lesões que sangram facilmente, áreas avermelhadas persistentes e nódulos escuros também podem ser sinais de alerta. Quanto antes o diagnóstico for feito, maiores são as chances de um tratamento simples e de cura total.

Como se proteger durante o ano inteiro (e não só no verão)

A prevenção é o ponto central do Dezembro Laranja e começa com proteção solar diária. As medidas incluem:

  • uso de protetor solar com FPS 30 ou mais, reaplicado a cada 2 a 3 horas
  • evitar a exposição entre 10h e 16h, quando a radiação UV é mais intensa
  • uso de roupas com proteção UV, chapéu e óculos de sol
  • hidratação adequada
  • evitar bronzeamentos artificiais, proibidos no Brasil pelo alto risco de causar câncer

Para quem trabalha ao ar livre, a proteção deve ser redobrada. Para crianças, o cuidado é ainda mais vital: grande parte dos danos solares ocorre na infância e se manifesta décadas depois.

O Dezembro Laranja é um convite para repensar hábitos, olhar a pele com atenção e adotar medidas simples que podem salvar vidas. O sol faz parte da rotina e do bem-estar, mas a exposição precisa ser consciente. Cuidar da pele hoje é investir na saúde do futuro.

*Texto escrito pela dermatologista Flávia Alvim Sant Anna Addor (CRM/SP 66.293 / RQE 42.404), membro da Academia Americana de Dermatologia, sócia titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia e membro da Brazil Health

Fonte: CNN Brasil – acesse aqui