O diretor adjunto de Defesa Profissional da Associação Paulista de Medicina, Marun David Cury, participou na última terça-feira, 25 de novembro, da segunda reunião promovida pelo Conselho Estratégico Institucional do Movimento Empresarial pela Saúde (MES). Ele representou o presidente da Associação Médica Brasileira, César Eduardo Fernandes.
O encontrou foi promovido pelo Serviço Social da Indústria (Sesi) e pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), no intuito de identificar medidas para reduzir os custos crescentes no sistema de Saúde nacional e aperfeiçoar a gestão do setor. Para isso, a reunião contou com a presença de empresários, representantes do Governo e outros especialistas.
As discussões possibilitaram resultados positivos, já que por meio delas foram firmados acordos do MES com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), focando na troca de informações, apoio às iniciativas de qualificação da Saúde suplementar e desenvolvimento de projetos visando promoção de Saúde e melhoria do cuidado; com o hospital A. C. Camargo, estabelecendo colaboração em pesquisa, inovação, capacitação em Oncologia e construção de modelos de compartilhamento de risco; e com o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, a fim de ampliar o acesso em regiões remotas, integrar sistemas e fortalecer soluções digitais.
O superintendente Emmanuel Lacerda, do Sesi, descreve como enxerga os acordos. “Eles ajudam a colocar em prática o que o Movimento Empresarial pela Saúde defende quando fala em um sistema mais eficiente, tanto público quanto privado. A partir do diagnóstico de que é preciso implantar modelos que gerem mais eficiência e melhores resultados na atenção à Saúde.”
Agenda
Sobre os temas abordados durante a reunião, Marun destaca o compartilhamento de dados, por ser uma pauta de ampla relevância tanto no âmbito da Saúde pública quanto privada. “Às vezes, o paciente passa em dois, três lugares diferentes e se repetem um monte de exames que ele já havia feito no primeiro lugar e não é justo que uma pessoa faça, por exemplo, uma ressonância ou um exame de sangue e tenha que repetir todos esses exames porque não tem compartilhamento de dados. Isso gera um ônus muito grande.”
Segundo o diretor da APM, a importância da atenção primária também é fundamental. “Tudo que se investe em prevenção vai ter uma economia de 20 a 30 vezes maior em tratamento, já que a atenção primária representa uma economia importante e melhor qualidade de vida para o paciente. Inclusive, eu sugeri que fizessem um trabalho de educação para a Saúde, atingindo até mesmo escolas de educação infantil, porque, com isso, você ensina a criança desde cedo sobre a importância de se ter Saúde de qualidade.”
Entre as demais pautas do encontro, Marun Cury relembra que também foram abordados fraudes e desperdícios – em que o diretor da APM sugeriu que nas próximas reuniões estivesse presente um membro do Conselho Nacional de Justiça para tentar discutir este assunto e capilarizá-lo no Judiciário. Além disso, o surgimento de novas terapias e medicamentos e o apoio ao Exame de Proficiência Médica foram outros tópicos apresentados.
“Um dos assuntos falados foi exatamente o aumento indiscriminado de escolas de Medicina e a formação de médicos, impactando diretamente na qualidade dos profissionais. Isso vai representar um dano à população e, consequentemente, mais um aumento de custo na assistência”, relata.
De acordo com Paulo Mol, diretor-superintendente do Sesi-DN, as ações promovidas pelo MES representam uma notável articulação com o setor da Saúde. “Saímos da primeira reunião muito satisfeitos por unir tantas pessoas importantes de áreas distintas para tratar da questão da Saúde e dar continuidade ao projeto. Agora, na segunda reunião, já trabalhamos para que, a partir de 2026, tenhamos um calendário regular, que nos permita seguir uma agenda tão exitosa quanto a da Mobilização Empresarial da Inovação.”
Emmanuel Lacerda acrescenta que a discussão sobre sustentabilidade na Saúde passa por um processo de escuta e de diálogo com todos os atores que fazem parte do setor. “A indústria é um dos grandes responsáveis pela Saúde suplementar e tem um peso importante na manutenção dos benefícios de Saúde para seus trabalhadores e familiares. Além disso, a indústria contribui com seus impostos para uma Saúde pública mais eficiente e uma população brasileira com bom atendimento em Saúde gera impacto direto na produtividade do País e do próprio setor industrial.”
Realizações
Na reunião, os membros do MES anunciaram a criação do novo Grupo de Trabalho do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, com as atividades previstas para iniciarem no primeiro trimestre do próximo ano. O grupo terá como principal intuito mobilizar empresas na criação de iniciativas que forneçam subsídios para a construção e fortalecimento de estratégias que possibilitem o desenvolvimento contínuo da cadeia produtiva de Saúde.
Atualmente, o Movimento Empresarial da Saúde atua em três diferentes frentes, que se dividem entre dados e inteligência em Saúde, Saúde mental e emocional e modelos sustentáveis de Saúde suplementar, cada um deles focados em propostas de melhorias e otimização de processos.
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