Honorários: Comissão apresenta pauta de negociação para CNU e Economus

Reuniões tiveram como objetivo melhorar a valorização do trabalho médico

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Dando sequência às reuniões com operadoras de planos de saúde, a Comissão Estadual de Negociação de Honorários Médicos realizou dois encontros on-line no último dia 9 de setembro.

O primeiro contou com a participação de dirigentes da Central Nacional Unimed (CNU), representada pelo diretor e pela superintendente executiva de Provimento de Saúde, Fernando Paiva e Ana Adalgisa Oliveira Borges, respectivamente, e pelo superintendente de Rede e Atenção à Saúde, José Carlos Prado Júnior.

Os encontros promovidos pela Comissão, que na ocasião foi representada pelo diretor adjunto de Defesa Profissional da APM, Marun David Cury, e pelo assessor médico da Diretoria da entidade, Marcos Pimenta, têm como finalidade apresentar a pauta de negociação deste ano [confira abaixo], com foco na valorização do trabalho médico e na revisão das atuais condições de remuneração. Também marcou presença na reunião o presidente da Comissão Nacional do Médico Jovem da Associação Médica Brasileira (AMB), Zeus Tristão dos Santos.

Marun Cury falou das negociações que estão sendo realizadas no momento. “A pauta propõe R$ 180,00 por consulta, com a exigência de que as operadoras atualizem esse valor. Elas terão de assinar um documento garantindo que, em até três anos, os valores das consultas estarão atualizados com todos os índices de correção do período. Estamos querendo negociar melhores condições porque não estamos conseguindo grandes avanços, e as sociedades de especialidades pressionam as entidades em busca de melhores resultados”, explicou.

O diretor de Defesa Profissional falou sobre as parcerias firmadas ao longo deste ano e citou a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), por meio do Departamento do Complexo Produtivo e Econômico da Saúde e Biotecnologia da FIESP (deComSaúde).

“Conheço bem a luta dos honorários médicos e, apesar de estar aqui em outra posição, estou como cirurgião na ponta, sofrendo e querendo a melhoria do meu honorário também. Então, acho que esse esforço conjunto pode trazer algum benefício”, comentou Fernando Paiva.

Economus

Marcos Pimenta e o 2º tesoureiro do Conselho Federal de Medicina (CFM), Carlos Magno, representaram a Comissão na segunda reunião do dia com a Economus, que trouxe o diretor de Seguridade, Maurício Aparecido Lopes, e o gerente de Divisão da operadora, Eduardo Ramos de Lima.

Na ocasião, Magno reforçou que todos reconhecem as dificuldades das operadoras de planos de saúde. “A gente entende que o médico tem a sua parcela de culpa”, pontuou.

De acordo com ele, será aprovada, no fim deste mês, uma resolução sobre o TEA (Transtorno do Espectro Autista), parceria entre o CFM e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). “Sabemos que muitos profissionais acabam realizando diagnósticos sem o devido embasamento, e essa nova resolução vem para ajudar. Vamos normatizar, criar diretrizes e critérios para fazer o diagnóstico.”

Por fim, Maurício Lopes falou que a operadora se sensibiliza em relação à valorização do trabalho médico e à negociação da consulta. “Estamos empenhados em tentar, na medida do possível, chegar o mais próximo possível do solicitado”, concluiu.

Pauta de Negociação

1 – Valor da Consulta em R$ 180, independentemente do tipo de plano do beneficiário.

2 – Valorização de Procedimentos conforme hierarquização proposta pela FIPE e constante na CBHPM até 2017.

3 – Necessidade de ganhos reais sobre a inflação e não somente a recomposição de valores (três anos para realinhamento dos honorários, com aumento anual de 10% do IPCA).

4 – Realinhamento e recomposição de valores a incidir sobre todas as formas de remuneração médica (fee for service, pacotes, celetistas e pejotizados, entre outros).

Fotos: Reprodução das reuniões