Mpox: Ministério da Saúde envia equipe a São Paulo para monitorar 1º caso de nova cepa mais letal no Brasil

A paciente, uma mulher de 29 anos, teve contato com um familiar procedente da República Democrática do Congo, onde há circulação endêmica do vírus

O que diz a mídia

O Ministério da Saúde informou que enviou uma equipe técnica a São Paulo para acompanhar primeiro caso de mpox no Brasil causado pela cepa 1b do vírus. A paciente, uma mulher de 29 anos, residente na região metropolitana da capital paulista, teve contato com um familiar procedente da República Democrática do Congo, onde há circulação endêmica do vírus.

Segundo o Instituto de Infectologia Emílio Ribas, unidade da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, a paciente está internada, em isolamento, mas com uma boa evolução. As lesões, características da condição, já estão cicatrizadas e ela tem previsão de alta ainda esta semana.

A equipe técnica conta com quatro profissionais — incluindo infectologista, epidemiologista de campo e técnicos especializados em vigilância epidemiológica e imunização. Eles serão liderados pelo coordenador-geral de vigilância do HIV/Aids do Departamento de HIV/AIDS, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi), Artur Kalichman, representando o Centro de Operações de Emergências.

O diretor do Departamento de Emergências em Saúde Pública, Edenilo Barreira Filho, afirmou que a equipe realizará uma investigação epidemiológica detalhada, oferecendo apoio técnico-operacional à vigilância local, avaliando as medidas de controle adotadas e definindo estratégias conjuntas para resposta ao caso.

— As tratativas com a Secretaria Estadual de Saúde estão sendo conduzidas pelo Dathi, visando fortalecer as ações integradas e garantir uma resposta oportuna — destacou.

O caso foi confirmado laboratorialmente, com sequenciamento genético completo, revelando semelhança com registros internacionais recentes. Até o momento não foram identificados casos secundários, mas as equipes de vigilância municipal seguem monitorando possíveis contatos.

O Brasil lida cotidianamente com a Mpox desde 2022, quando os primeiros registros foram confirmados. Em 2024, ano em que foi declarado Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil registrou 2.052 casos de mpox, enquanto, em 2025, até o início de fevereiro, foram notificados 115 casos de diferentes cepas em circulação. Nenhum óbito foi registrado nos últimos dois anos no país, e a maioria dos casos apresenta sintomas leves ou moderados.

O Ministério da Saúde diz que mantém o monitoramento contínuo da situação epidemiológica da mpox no Brasil e no mundo, acompanhando as mais recentes evidências científicas para embasar recomendações e medidas de proteção.

A mpox é considerada endêmica na África Central e Ocidental desde a década de 1970. Em dezembro de 2022, o Congo declarou surto nacional da doença, relacionado à circulação da cepa 1 do vírus da mpox (MPXV). Desde julho do ano passado, casos da cepa 1b foram identificados em diversos países, incluindo Uganda, Ruanda, Quênia, Zâmbia, Reino Unido, Alemanha, China, Tailândia, Estados Unidos, Bélgica, Angola, Canadá, França, Índia, Paquistão, Suécia e Emirados Árabes Unidos.

Quão grave é a nova cepa?

Tradicionalmente, o Clado 2 tem uma taxa de letalidade de cerca de 1%, ou seja, 1 pessoa morre a cada 100 casos. Já o Clado 1 tem uma letalidade de aproximadamente 10%, ou seja, 10 vezes mais grave.

O Clado 1 é a que se dissemina agora. Porém, embora o número de óbitos na RDC seja grande, nenhuma morte associada ao Clado 1b foi relatada nos países fora da África que registraram a variante do vírus.

Quais os sintomas da mpox?

Sintomas iniciais comuns da mpox envolvem febre, dores musculares, cansaço e linfonodos inchados. Uma característica comum da doença é o aparecimento de erupções na pele (lesões), como bolhas, que geralmente começam no rosto e se espalham para o resto do corpo, principalmente as mãos e os pés. Porém, no caso de transmissão sexual, surgem nas genitálias.

Os sintomas aparecem entre 6 e 13 dias após a contaminação, mas podem levar até três semanas da exposição para se manifestarem. Geralmente, quando a doença é leve, e os sintomas desaparecem sozinhos dentro de duas a três semanas.

Fonte: O Globo