Novo episódio do APMCast fala sobre “Mídias sociais”

Médicos com quase 140 mil seguidores evidenciam de que maneira crescer de forma orgânica no Instagram

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Tassiana Galvão e Danilo Galvão são infectologistas. Juntos, eles administram o perfil @casal.infecto no Instagram – que atualmente acumula quase 140 mil seguidores na plataforma. Para falar mais sobre o crescimento na rede social e destacar como é possível conduzir as mídias de forma ética e orgânica, os especialistas são os entrevistados do segundo episódio desta temporada do APMCast, divulgado na última quarta-feira, 30 de abril.

Conforme Tassiana relembra, a ideia de entrar na plataforma surgiu há, mais ou menos, dez anos. Para ela, o principal intuito era fazer o público entender a função e a importância do infectologista por meio de um linguajar mais simples. “Essa parte inicial é sempre mais difícil e nós começamos a falar muito de Medicina baseada em evidências. Estávamos crescendo e veio a pandemia, aí juntou tudo.”

Segundo Danilo, a abordagem inicial era mais voltada ao público geral, sem formação médica. “Depois, falando um pouquinho mais sobre Ciência e tratamentos baseados em evidências, começamos a pegar o nicho do corpo clínico, o pessoal médico mesmo, e isso trouxe uma visibilidade do pessoal acadêmico, de quem está estudando. Veio como um pilar de apoio.”

Eles destacam que um diferencial do perfil é o fato de ser administrado somente pelos dois, sem contar com serviços terceirizados de empresas especializadas em mídias sociais. “Senão as postagens ficam muito parecidas, fica muito o mesmo padrão e faz a pessoa crescer menos”, aponta Tassiana.

Danilo acrescenta. “Deixar impresso a sua essência, para não virar robô e ser igual a todo mundo, ficar tudo na mesma fórmula. É isso que vai dar o tempero diferenciado, para que você tenha empatia com o público, ele tem que reconhecer uma parte nossa e se atrelar a isso, se apegar, para que possa ter engajamento.”

Especificações
Tassiana indica que é importante conhecer o nicho para quem a mensagem será transmitida. “Nós fugimos um pouco disso porque o nosso Instagram é uma mistura de tudo. Mas isso era importante para mim, porque eu via as discussões que aconteciam e ficava sempre muito restrito àquela população que faz o estudo científico. A gente tentava trazer um pouco desse conhecimento, que não fica só nesse nicho de cientistas que falam de maneira muito complicada – algo que é uma falha dos médicos, de maneira geral.”

Sobre as regras dispostas pelo Conselho Federal de Medicina em relação à publicação em redes sociais por parte de médicos, a infectologista demonstra que é fundamental se manter atualizado em relação a elas. “Tem coisas que são flexibilizadas, então eu acho que tem que conhecer as normas e se atualizar. Acho que, se você quer fazer uma rede social, se você quer manter um ambiente saudável e que não te traga dor de cabeça, é importante conhecer.”

Em relação a expandir as plataformas, Danilo indica que o interesse deles não é este. “Acho que falta um pouco de recurso para estendermos a nossa abrangência para outras mídias sociais, porque não é fácil produzir esse tipo de conteúdo. O nosso objetivo é informar, é pontual, são intersecções mais rápidas e mais assertivas.”

Elaboração de conteúdo
Tassiana elucida que saber o que está em alta na grande mídia é fundamental para garantir o interesse do público. “O timing é fundamental, só que daí é a responsabilidade ética, porque a gente vê, às vezes, pessoas correrem muito para quererem postar e postam a informação errada. Toda vez que eu faço uma postagem, eu releio artigos e revejo, porque, querendo ou não, quando você começa a crescer, você vai virando um criador de informação que as pessoas confiam.”

Para Danilo, as mídias sociais trouxeram uma nítida mudança na comunicação, o que acaba se refletindo na Medicina. “Hoje, a gente precisa trazer maior envolvimento dos médicos com o público geral, então eu acho que essa parte de mídia vai ter que ser trabalhada, junto com a adição à ética. Ter uma matéria focada nisso e com preceptores que sejam capacitados.”

Ele também acrescenta que não é só Medicina em si que será ensinada nos cursos. “Essa é a conclusão. Vamos ter que aprender a lidar com comunicação e como passar a informação correta e estudar isso de uma forma que seja aplicada durante o curso inteiro”, conclui.

O APMCast está disponível no Spotify e no YouTube. Assista, compartilhe com os colegas e fique de olho nos próximos episódios, que abordarão os temas: danos decorrentes da prestação de serviços de Saúde (anteriormente chamados de erro médico), contabilidade, ascensão das mulheres e negros na Medicina, cursinhos pré-residência, empreendedorismo e jovens e o associativismo.