Avanço sobre a diabete

A Universidade Federal de Goiás acaba de patentear uma invenção que mudará a forma de medir a quantidade de glicose no organismo. Trata-se de um dispositivo chamado biossensor que requer mínima porção de lágrima para averiguar a presença e o nível de açúcar no corpo, diferentemente do método tradicional, em que é obrigatória verificação pelo sangue

O que diz a mídia

A Universidade Federal de Goiás acaba de patentear uma invenção que mudará a forma de medir a quantidade de glicose no organismo. Trata-se de um dispositivo chamado biossensor que requer mínima porção de lágrima para averiguar a presença e o nível de açúcar no corpo, diferentemente do método tradicional, em que é obrigatória verificação pelo sangue. O biossensor é feito de papel poroso, espécie de filtro de papel utilizado para coar café. Ele é umidificado com três componentes químicos e o seu formato foi pensado para que lágrima o percorra em linha reta.

Açúcar detectado
A melhor maneira de explicar como o dispositivo funciona é imaginar a seguinte cena: uma rua linear e, perto de seu final, duas rotatórias com certo espaço entre elas. É esse o trajeto que a lágrima faz. Ela é colocada no inicio do biossensor e, quando chega ao primeiro circulo, o líquido entra em contato com duas enzimas. A primeira é especifica para detectar a glicose, a segunda é um elemento que muda de cor em contato com a lágrima. Se, devido a impurezas, a mudança de cor não ocorrer após a passagem da lágrima pelo círculo inicial, em havendo glicose a alteração de cor acontecerá na segunda “rotatória”.

“A mostra é incolor, mas depois fica com tonalidade azul”, explica Ellen Flávia Moreira Gabriel, do Instituto de Química da Universidade Federal de Goiás (IQ/UFG), responsável pelo desenvolvimento do instrumento. O biossensor apresenta dois resultados: quantitativo e qualitativo. Ocorreu variação de cor, existe glicose. “A intensidade da coloração demonstra a taxa de açúcar. Quanto mais azul estiver, maior será a quantidade de glicose na amostra”, pontua ela. Demora menos de um minuto para que o biossensor apresente a conclusão.

O Brasil tem cerca de 17 milhões de diabéticos. O método que a maioria deles utiliza para medir a glicose é incômodo e de alto custo financeiro: tem-se de dar uma desagradável picada no dedo. Uma gota de sangue é então submetida ao aparelho que a analisa. Tudo isso custa caro. O biossensor, igualmente preciso, é barato. É normal que muita gente se pergunte como fazer o teste se a pessoa não chorar no momento do exame. A reposta é simples os olhos estão sempre umidificados por lágrimas — não é preciso chorar para que elas apareçam. Assim, basta encostar o biossensor no globo ocular que alguma lágrima vai escorrer sobre ele.

Como funciona o biossensor
• O dispositivo é feito de papel filtro impregnado com substâncias químicas que detectam a presença de glicose

• A lágrima é composta de água (98%). O açúcar pode estar em outros elementos presentes. Em contato com uma enzima do biossensor, ela muda de cor

• A alteração na coloração pode ter diversos níveis. Quanto mais azul, maior é a probabilidade de a pessoa ser diabética.

Fonte: Revista IstoÉ/Fernando Lavieri