Presidente da APM participa de podcast da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia

Educação Médica e importância do associativismo foram alguns dos temas abordados durante o bate-papo

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O presidente da Associação Paulista de Medicina, Antonio José Gonçalves, participou do podcast “Café com o Presidente”, da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), na manhã da última quarta-feira (5). Apresentado pelo presidente da SBN, Paulo Henrique Pires de Aguiar, a ação visa debater sobre tópicos imprescindíveis para fazer uma Medicina de qualidade.

Para Gonçalves, a aproximação da Associação Paulista de Medicina com as sociedades de especialidades é fundamental para manter a representatividade pujante e a classe médica fortalecida. Ele relembrou que as sociedades vêm crescendo gradativamente com o passar dos anos e fortalecem o associativismo que, de fato, representa e protege os profissionais, além de promover educação continuada.

“O associativismo é uma das coisas mais importantes que existem na vida de um médico. Infelizmente, isso vem decaindo nos últimos anos e precisamos retomar, pois tem uma função plural e atua pelo médico, tanto na parte da defesa profissional quanto na parte científica, cultural e social. A APM tem tudo isso e acho que funciona muito bem”, declarou.

Atuação política

O presidente da APM relembrou que a entidade está entrando na Frente Parlamentar do Empreendedorismo para, assim, manter um contato próximo com deputados e senadores, que contribuirão para dar sustentabilidade política nos principais projetos da classe – sendo os principais hoje o Exame Nacional de Proficiência em Medicina, a luta contra a abertura indiscriminada de faculdades de Medicina e a busca por melhorias na Residência Médica.

“Temos que ter uma representação forte no Parlamento e quanto mais estivermos lá, mais força vamos ter junto aos deputados e senadores. Temos uma assessoria parlamentar em Brasília, em conjunto com a Associação Médica Brasileira e com o Conselho Federal de Medicina. Temos conversado com os conselheiros no sentido de unir o movimento médico, este é o nosso grande mote”, disse.

Educação médica

Além da aproximação com os parlamentares em nível nacional, Gonçalves também explicou que a APM está promovendo um contato com a Assembleia Legislativa do estado, local que contava com uma representatividade médica muito baixa. O presidente da Associação destacou que participou de reuniões com a presidente da Comissão de Saúde, Bruna Furlan, para falar sobre a questão do Exame de Proficiência, da residência médica e do programa Mais Especialistas.

“Querem formar especialistas a torto e a direito, sem a qualificação mínima. Não podemos deixar que façam com a residência o que fizeram com a graduação. Isso é grave. Hoje, temos mais escolas que a Índia e não conseguimos ter o número exato de médicos atuantes no País porque todos os dias abrem novas faculdades. Temos que manter o título de especialista como a única maneira de ter uma qualidade mínima do atendimento médico à população, porque ele é concedido pelas sociedades de especialidades e pela AMB, que o chancela”, descreveu.

O médico também demonstrou a seriedade com que são feitas as provas para a obtenção do título de especialista – que costumam ter um nível de reprovação alto pelo seu grau de dificuldade. “Isso demonstra que quem passa no título é um médico qualificado e diferenciado, que vai manter o alto índice da Medicina no nosso País.”

Saúde suplementar

A questão das operadoras foi outra pauta discutida. Antonio Gonçalves salientou que enxerga a relação do médico com a saúde suplementar de maneira muito particular. “Nós temos tido contato com vários gerentes e CEOs de planos de saúde. A relação não é fácil, negociamos todo ano e vamos continuar na nossa Defesa Profissional. É importante mostrar para os usuários do plano de saúde o tanto que estão pagando para os médicos, que é muito pouco, o honorário não chega a 6% do total dos gastos.”

Ao encerrar a conversa, o presidente da entidade reforçou que a APM está de braços abertos para receber as sociedades de especialidades, disponibilizando a sua infraestrutura no intuito de oferecer o que há de melhor para o médico e, consequentemente, para a população. “É uma satisfação muito grande. Queria colocar a Associação Paulista de Medicina à disposição da Neurocirurgia. Pela especialidade em que atuo temos uma relação de parceria em muitas cirurgias, e eu gostaria que isso também acontecesse na APM”, complementou.