São Paulo lidera número de casos prováveis e óbitos por dengue em janeiro

Das 37 mortes registradas no primeiro mês do ano no País, 29 foram no estado

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Janeiro está se encerrando com um índice preocupante para a Saúde. Somente no primeiro mês do ano, o Brasil já registra 37 óbitos por dengue – sendo que, destes, 29 são no estado de São Paulo. As informações são do Painel de Monitoramento das Arboviroses, elaborado pelo Ministério da Saúde.

O total de casos prováveis no Brasil ultrapassa 169 mil, com coeficiente de incidência de 79,9 por 100 mil habitantes e 200 óbitos em investigação. Deste total, mais de 99.700 casos prováveis são provenientes de São Paulo. O estado também registra um coeficiente de incidência de 217,1/100 mil habitantes e contabiliza outros 138 óbitos em investigação.

O perfil demográfico dos pacientes infectados no País demonstra que 54% dos casos prováveis são provenientes do sexo feminino, ao passo que 46% são do sexo masculino. A faixa etária mais afetada vem sendo dos 20 aos 29 anos, tanto para homens quanto para mulheres. Em relação à raça/cor, 51,4% se declaram brancos, 32,4% pardos e 4,4% pretos.

Em São Paulo, a porcentagem dos casos prováveis é a mesma do restante do Brasil. A faixa etária mais afetada é a dos 40 a 49 anos para mulheres e dos 20 a 29 anos para os homens. Além disso, 65,6% dos pacientes do estado se declaram brancos, 19,2% pardos e 3,9% pretos.

O quadro acende alerta e preocupa as autoridades. No decorrer desta semana, houve um considerável aumento da incidência de dengue no estado de São Paulo, dobrando o número de mortes registradas em um curto espaço de tempo.

Durante coletiva de imprensa realizada na última quinta-feira (30), o Ministério da Saúde relacionou o aumento no número de casos à circulação do sorotipo 3 da dengue que, desde julho do ano passado, está se ampliando pelo País. Em nota, a pasta explicou que “essa variante do vírus tem sido determinante no aumento do número de infecções, especialmente em São Paulo.”

Além disso, o fenômeno El Niño, que ainda está em plena manifestação, também contribui para que as condições climáticas favoreçam a proliferação do Aedes aegypti, aumentando, consequentemente, as taxas de doenças transmitidas pelo mosquito, como dengue, Zika e Chikungunya.  

Em relação às demais regiões do País, o Ministério indica que o Nordeste segue o mesmo padrão do ano passado, com uma leve redução nos casos registrados. A pasta também aponta que Centro-Oeste e Sul registram uma “redução substancial”, devido à queda nos registros do Distrito Federal, Goiás, Paraná e Santa Catarina. No Sudeste, Minas Gerais tem tendência de queda, já que o estado saiu de 123 mil casos no mesmo período de 2024 para 16 mil casos em 2025.

A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo está realizando campanha de imunização às faixas mais vulneráveis. Todavia, a adesão à vacinação pelo público preferencial (dos 10 aos 14 anos) tem sido baixa, salientando a necessidade de ampliar a imunização dos grupos contra a dengue.