Casos de dengue triplicam em 2024; relembre cuidados para evitar focos do mosquito

Segundo informações do Ministério da Saúde, no decorrer das quatro primeiras semanas de 2024, o Brasil teve mais de 243 mil notificações de casos prováveis de dengue

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Segundo informações do Ministério da Saúde, no decorrer das quatro primeiras semanas de 2024, o Brasil teve mais de 243 mil notificações de casos prováveis de dengue. O número, que preocupa a população, autoridades e profissionais de Saúde, representa o triplo de casos registrados no mesmo período em 2023, que era de 65.366.

Os registros do painel de monitoramento de arboviroses do Ministério também apontam que há 163 óbitos por dengue em investigação, ao passo que 24 mortes já foram confirmadas. No decorrer de todo o ano de 2023, o total de falecimentos registrados foi de 41, o que reforça a apreensão sobre o avanço da arbovirose este ano.

O perfil demográfico dos casos demonstra que 54,6% deles foram em mulheres, e 45,4% em homens. A faixa etária mais acometida pela infecção vem sendo a dos 30 aos 39 anos (com 26.417 pacientes do sexo feminino e 22.255 pacientes do sexo masculino), seguida pela faixa dos 40 aos 49 anos (22.783 de casos prováveis no sexo feminino e 18.007 no sexo masculino). Sobre raça e cor dos pacientes acometidos, pardos possuem 56.668 dos casos em mulheres e 47.303 em homens; seguido por brancos, que totalizam 48.067 casos em mulheres e 38.400 em homens.

Os estados com os maiores números de casos prováveis são entre Minas Gerais (79.053), São Paulo (39.034), Distrito Federal (31.236), Paraná (30.217) e Rio de Janeiro (17.773). O coeficiente de incidência por 100 mil habitantes para cada um dos estados mencionados é de, respectivamente, 384,9; 87,9; 1108,8; 264,1; e 110,7.

O Ministério da Saúde indica que os motivos para este aumento considerável no número de casos prováveis de dengue estão diretamente interligados ao calor exorbitante e às chuvas excessivas, que são resultados do fenômeno El Niño. Além disso, o reaparecimento dos sorotipos 3 e 4 da dengue do Brasil também se consolidam como fatores de risco.

Prevenção e combate

A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, por meio de suas redes sociais, fornece algumas dicas fundamentais para eliminar a proliferação dos focos do mosquito Aedes Aegypti, vetor da doença. Dentre elas, conferir possíveis vazamentos em qualquer fonte de água, tampar ralos e manter vasos sanitários sempre fechados, identificar sinais de umidade em calhas e lajes e verificar a presença de organismos vivos em águas de piscinas ou fontes ornamentais.

Além disso, também é indispensável eliminar pratos de plantas e/ou utilizar materiais que sejam justos aos vasos, pois assim não permitem o acúmulo de água em seu interior. É necessário fazer o descarte de pneus usados em postos de coleta das Prefeituras, retirar do quintal ou de áreas externas objetos que acumulem água e deixar garrafas vazias de cabeça para baixo. No geral, a população deve se atentar para não deixar água parada.

No dia a dia, algumas medidas podem contribuir para evitar a picada, como a utilização de roupas que minimizem a exposição da pele – já que a circulação do mosquito acontece, em maior parte, durante o dia. Outra alternativa é o uso de repelentes e inseticidas, que contribuem para que o mosquito não se aproxime, bem como mosquiteiros que possam proporcionar uma grande proteção àqueles que dormem durante parte do dia, como bebês, pacientes acamados e pessoas que trabalham à noite.

Sintomas e tratamento

Há casos em que os indivíduos infectados pela dengue apresentam quadro leves ou até mesmo assintomáticos. No entanto, a infecção pode se manifestar por meio de uma dor de cabeça intensa, dor atrás dos olhos, dores musculares e articulares, náusea e vômito e manchas vermelhas no corpo.

Alguns sintomas indicam alarme, como dor abdominal intensa e contínua, náuseas e vômitos persistentes, tontura ao levantar, acúmulo de líquidos, sangramento de mucosas e hemorragias.

O tratamento deve ser feito, majoritariamente, por meio da hidratação do paciente, com a ingestão de água e soros. É fundamental se manter em repouso durante todo o decorrer do quadro e, no caso daqueles que apresentarem qualquer sinal de alarme, procurar uma unidade de Saúde para que o médico analise e tome as medidas necessárias.

Vacina

Em dezembro de 2023, o Sistema Único de Saúde incorporou, pela primeira vez, uma vacina contra a dengue, chamada QDenga. Produzido pelo laboratório japonês Takeda Pharma, o imunizante possui vírus vivos atenuados da arborvirose, o que induz respostas imunológicas aos sorotipos da doença.

As aplicações contam com um esquema vacinal de duas doses e um intervalo de três meses entre uma e outra. No entanto, por ainda não haver doses suficientes, o Ministério da Saúde dividiu a distribuição entre municípios com mais de 100 mil habitantes que tenham registros de alta transmissão pela doença nos últimos dez anos, também levando em consideração as recentes taxas.

Deste modo, a Pasta esclarece que 521 cidades de 16 estados receberão o imunizante. Ao todo, foram adquiridas 5,2 milhões de doses da vacina, uma vez que este é o limite de entrega determinado pela farmacêutica, que também enviou ao Brasil 1,32 milhão de doses sem custos adicionais.

A previsão é que neste mês de fevereiro a vacinação com a QDenga comece na população. Por não ser uma campanha em larga escala, inicialmente, as primeiras doses serão voltadas para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos que morem em cidades que tenham mais de 100 mil habitantes. A expectativa do Governo Federal e do Ministério da Saúde é de que até o fim de 2024, 3,2 milhões de pessoas tenham sido vacinadas, e para 2025, o Governo calcula a compra de mais 9 milhões de doses.